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Campo Grande MS

Médico que deu voz de prisão diz que tomará medida sempre que for ofendido

16 NOV 2018Por Paulo Ricardo06h:17

A mulher presa por desacato contra um médico no Centro Regional de Saúde (CRS) do Aero Rancho, no sul de Campo Grande, na tarde de quinta-feira (15), revoltou-se após pacientes receberem classificação de risco mais grave na unidade e, por isso, terem atendimento prioritário.

A informação partiu do profissional de saúde que prestava serviço no local e, após o ocorrido, seguiu para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Piratininga para registrar a ocorrência policial. Ele confirmou não ser a primeira vez que dá voz de prisão a pacientes e que, caso tais situações voltem a ocorrer, tomará novamente a atitude.

O médico – que preferiu não se identificar – disse que integra a equipe móvel da Prefeitura de Campo Grande e havia sido deslocado para o CRS a fim de reforçar o atendimento à população. No momento, disse à reportagem, apenas ele e outro profissional prestavam serviço no centro de saúde.

“Ela chegou e passou com pela triagem com o filho, que recebeu classificação verde (considerada pouco urgente) mas outras pessoas passaram a frente por conta da classificação de risco mais grave. Ela questionou o porquê de outras pessoas passarem na frente, expliquei que não era isso”, disse o médico que, na sequência, afirmou ter sido ofendido.

“Ela diz que eu a humilhei, mas não foi isso. Expliquei como funciona o atendimento”. Militar, o médico deu a voz de prisão, confirmando ser a segunda vez que toma esse tipo de atitude em unidades de saúde da Capital. Ele destacou, ainda, que continuará a tomar tais atitudes caso seja desacatado durante a prestação de serviço. “Toda vez que for xingado vou dar voz de prisão”.

TCO

Jeniffer Rodrigues contatou o Campo Grande News pelo canal Direto das Ruas para relatar demora no atendimento no CRS Aero Rancho. Ela afirmou que saiu pela manhã de sua casa, no Dom Antônio Barbosa, com três filhos e o marido, em busca de atendimento no centro de saúde. Desde então, aguardara por serviços e denunciou que faltavam médicos – indignada, ela admitiu ter discutido com o médico e recebido a voz de prisão.

O delegado Rafael Kenji, da Depac Piratininga, explicou que o boletim de ocorrência seria registrado como desacato. A autora será convidada a assinar um TCO (termo circunstanciado de ocorrência) para ser liberada. “Se ela se negar, como foi flagrante, vai continuar presa até segunda-feira esperando pela audiência de custódia”, explicou.

Ele disse que casos como o registrado nesta tarde são mais comuns contra policiais. “Costumamos atender ocorrências de pessoas embriagadas que ofendem policiais. Contra médicos é raro acontecer”, destacou o delegado.

Sesau

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) confirmou que dois médicos faziam o atendimento no CRS no momento dos fatos – a escala previa três profissionais, sendo que um deles apresentou atestado e não compareceu. Contudo, o “número alto de intercorrências de maior gravidade” exigiu prioridade. A pasta reforçou que os CRSs e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) atendem pacientes conforme a classificação e não por ordem de chegada.

Duas equipes de apoio da Sesau, com três médicos cada, devem ser enviadas a partir das 17h para as unidades de com maior número de pacientes à espera de atendimento.

Ainda segundo a pasta, o marido e filhos de Jeniffer receberam atendimento em cerca de três horas. após entrada na unidade. Todos apresentavam sintomas de gripe. No mesmo período, a Sesau registrou a chegada de dois pacientes vítimas de infarto e um de acidente vascular cerebral (AVC) ao local.

Fonte: Campo Grande News - Humberto Marques e Danielle Valentim

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