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Casais amigos adotam seis irmãos e os mantêm unidos na mesma cidade: 'Uma grande família'

Moradores de Sorocaba (SP), Cristina dos Santos e Gilson dos Santos, adotaram três irmãos que estavam em um abrigo no Rio Grande do Sul; logo depois os amigos deles adotaram as três irmãs dos garotos.

26 MAI 2021Por Redação/ Talyta Rodrigues11h:25

Seis irmãos que estavam em um abrigo de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, conseguiram se manter unidos depois que foram adotados por dois casais que são amigos e que moram em Sorocaba, interior de São Paulo. A adoção feita pelos casais permitiu que todos ficassem juntos na mesma cidade.

Tudo começou quando três deles, sendo Eduardo, Kelven e Marino, foram os primeiros a serem adotados por Cristina Rodrigues Sueiro dos Santos e Gilson Ayres dos Santos. Segundo Gilson, o casal descobriu que um dos meninos se enquadrava no perfil que ele e a mulher buscavam, porém existiam outros dois irmãos e eles aceitaram.

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“Filho é filho, independente de ser por adoção ou biológico e o que eles querem é somente o carinho e atenção, nada mais que isso. Não tem como descrever, é só vivendo mesmo essa experiência”, diz.

E de repente, a família que era para ser de três, tinha cinco pessoas. Mas Cristiane afirma que queria ainda que os meninos tivessem contato com as três irmãs. Foi quando descobriu que elas ainda estavam no abrigo.

“Eu já lembrei dos nossos amigos, Bruna Francine Xaviar de Almeida Mantovane e Vinícius Augusto de Almeida Mantovane. Já falei para o Gilson ligar para eles e falei para a assistente social que a gente conhecia um possível casa que poderia ficar com as três e passei o contato. Aí oi desenrolando a história”, conta Cristiane.

Pouco depois, a estudante Laura Xavier de Almeida Mantovane, de 15 anos, e as irmãs, Luiza e Maria Alice, foram adotadas por Bruna e Vinícius, moradores de Sorocaba. Atualmente, os casais estão sempre em contato por fazerem parte do mesmo grupo de igreja e as crianças estudam nos mesmos colégios.

Segundo Bruna, a construção de um relacionamento com uma adolescente é diferente, mas muito especial.

“Vale muito a pena. Porque tem muita coisa que você vive, que eles ensinam para a gente. É que é surpreendente mesmo”, diz.

A mãe também diz que se vê quando olha para as filhas. “O filho é seu e você vê a cada dia que é muito seu. As experiências, as relações que você constrói, até a personalidade parece que fica idêntica a da gente”, comenta.

Laura afirma que sempre viu muitas crianças mais novas serem adotadas e que achava mais difícil que alguém fosse querer alguém na pré-adolescência. “Não passava na cabeça que alguém da minha idade, com 12 anos, conseguiria sair de lá”, diz.

E a história de adoção na vida do casal começou bem antes das meninas de Uruguaiana. A primeira filha adotiva dos dois foi a Valentina, que nasceu com síndrome de Down e problemas no coração.

A bebê viveu por poucos meses, mas o suficiente para ensinar e mostrar que para amar não tem idade, cor ou gênero. “A Valentina fez com que perdêssemos o medo da maternidade e paternidade. Ela realmente abriu e escancarou nosso coração”, relata o pai, Vinícius.

"A gente pensa nos seis juntos, não tem como pensar separado. Eles fazem parte de uma grande família mesmo", complementa Bruna.

Dados

O estado de São Paulo foi o que mais registrou adoções em 2020, com 705 crianças encontrando uma nova família, segundo o Conselho Nacional de Justiça. O número representa quase 30% das adoções feitas em todo o país.

Os dados do CNJ também mostram outra difícil realidade: em 2020, apenas 2,12$ das adoções foram de crianças com algum tipo de deficiência.

O número de adoções no Brasil caiu quase 50% nos primeiros quatro meses de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. No cadastro nacional do CNJ, há aproximadamente 30 mil pessoas inscritas para adoção e cinco mil crianças e adolescentes que estão aptos a serem adotados.

A Juíza do CNJ, Trícia Navarro Xavier Cabral, diz que as crianças que estão na fila geralmente não têm a compatibilidade com o perfil que os pretendentes indicam no momento da habilitação da adoção.

"Mas nós tivemos um aumento de processos de adoção que foram iniciados, ou seja, a pandemia propiciou que as pessoas se interessassem mais pela adoção, então esse é um dado positivo também. O poder judiciário tem encampado inúmeras iniciativas para tentar fazer com que mesmo essas crianças que tenham mais idade ou que tenham um perfil diferente do inicialmente pretendido, pra que elas sejam vistas", afirma.

"Muitas vezes o pretendente quer uma criança de até 3 anos, mas a partir do momento que ele conhece uma mais velha, pode ser que criem um laço de afetividade ou empatia e faz com que a pessoa possa mudar de ideia e acabar adotando uma criança ou adolescente fora do perfil inicialmente previsto", relata.

Ariane Flores, TV TEM

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