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Política

Andrea Neves, irmã do senador Aécio, é transferida para penitenciária em Belo Horizonte

18 MAI 2017Por Valdeir Simão e Youssef Nimer14h:26

A irmã e assessora do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Andrea Neves, chegou por volta das 14h30 desta quinta-feira (18), no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte. Ela foi presa por agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na manhã desta quinta-feira (18) no condomínio Retiro das Pedras, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

O primo do senador e de Andrea, Frederico Pacheco de Medeiros, também foi preso em casa, no condomínio Morro do Chapéu, em Nova Lima, na Grande BH. O assessor parlamentar do senador Zeze Perrella (PMDB-MG) Mendherson Souza Lima foi o terceiro preso na região na Operação Patmos, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira.

Andrea chegou escoltada ao presídio feminino, que fica no bairro Horto, Região Leste da capital mineira. Antes, ela foi submetida um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), onde foi "recebida" por um grupo de manifestantes que gritavam "bandida".

A irmã de Aécio, que é jornalista e sua principal assessora, foi presa porque há suspeitas de que ela tenha pedido dinheiro ao empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, em nome do irmão. Ela é considerada operadora do senador nas investigações da Lava Jato.

O advogado Marcelo Leonardo informou que dois celulares e um computador foram apreendidos nesta manhã na casa de Andrea. A prisão preventiva foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Após a prisão, Andrea Neves foi levada para a sede da Polícia Federal em Belo Horizonte onde prestou depoimento. De acordo com Leonardo, ela foi orientada a permanecer em silêncio já que a defesa não teve acesso ao teor dos autos de investigação. “Ela esclarece que trata-se de uma mera relação privada entre pessoas físicas. Não há nenhuma relação envolvendo cargo, negócio ou função públicos”, disse o advogado.

O defensor ainda disse que vai analisar os autos e pedidos de investigação antes de tomar qualquer providência, mas acredita que a prisão possa ser revertida em alguma medida cautelar.

Operação em várias cidades

No Rio de Janeiro, a operação começou por volta das 5h. Um chaveiro foi chamado para os agentes cumprirem o mandado de busca e apreensão no apartamento de Andréa em Copacabana, na Zona Sul. Este imóvel pertenceu ao ex-presidente Tancredo Neves, avô de Aécio e Andrea. Também foram feitas buscas nos apartamentos de Aécio e de Altair Alves Pinto, conhecido por ser braço direito do deputado Eduardo Cunha, que está preso. As diligências foram todas autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Por volta das 6h15, pelo menos cinco carros descaracterizados da Polícia Federal chegaram à chapelaria do Congresso, em Brasília, que é a principal entrada e a mais utilizada pelos parlamentares. No Congresso, as buscas são feitas nos gabinetes de Aécio e Perrella e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). O G1 não conseguiu localizar a defesa de Perrella e Loures.

Em Belo Horizonte, policiais federais estiveram no prédio onde mora Aécio, no bairro Anchieta, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Uma viatura da PF com cinco policiais chegou por volta das 6h. Ainda não se sabe se alguém foi encontrado no apartamento. Agentes também fizeram buscas em fazendas da família Neves no interior de Minas Gerais.

O advogado José Eduardo Alckmin, que defende o senador Aécio Neves afirmou por meio de nota divulgada nesta quinta-feira (18) que o parlamentar recebeu legalmente um empréstimo do empresário Joesley Batista destinado a pagar os custos com a defesa dele na Operação Lava Jato.

Na nota, o advogado afirma que o pedido de dinheiro ao empresário se tratou, "única e exclusivamente de uma relação entre pessoas privadas, em que o senador solicitou apoio para cobrir custos de sua defesa, já que não dispunha de recursos para tal".

O primo de Aécio Neves Frederico Pacheco de Medeiros também foi preso em casa, no condomínio Morro do Chapéu, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta manhã. A informação foi confirmada pelo advogado de Frederico, Maurício Campos Júnior, mas o defensor disse que, por enquanto, não vai se manifestar sobre a prisão.

O assessor parlamentar de Zeze Perrella (PMDB-MG), Mendherson Souza Lima, que é também cunhado do senador e ex-vice-presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), é citado na delação como a pessoa que recebeu o dinheiro. Ele foi preso nesta manhã. A Polícia Federal informou que apreendeu, na casa dele, R$ 400 mil em dinheiro.

O advogado Antônio Veloso Neto, que defende Mendherson, disse que não vai comentar a prisão do cliente porque não teve à investigação ainda, mas que vai pedir vistas do processo.

Os agentes também estiveram na casa de Perrella, no bairro Belvedere, Região Centro-Sul, e no escritório de um dos filhos do senador, o ex-deputado estadual Gustavo Perrella (SD), no bairro Estoril, Região Oeste da capital mineira. Nos locais foram cumpridos mandados de busca e apreensão. O G1 não conseguiu contato com o senador Perrella e nem com o filho dele.

Fonte: G1

M9

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