Prefeitura
Logo Diario X
Aqui tem a Verdadeira Notícia
17 de julho de 2025
Coxim
24ºC

Economia

Frigoríficos de MS cobram solução urgente após tarifaço de Trump

O Sicadems emitiu nota oficial afirmando que a indústria procura novos mercados para realocar a produção local

16 JUL 2025Por Redação/EC23h:27

Com a suspensão preventiva da exportação de carnes aos Estados Unidos devido ao tarifaço de Donald Trump, o Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul (Sicadems) cobra urgência para encontrar soluções a fim de evitar prejuízos maiores ao setor. A afirmação foi feita em nota, divulgada nesta quarta-feira (16).

A decisão da suspensão temporário de envio da produção local aos EUA é uma resposta à tarifa de 50% imposta pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto de 2025. 

Conforme antecipado pelo Correio do Estado, o vice-presidente do Sicadems, Alberto Sérgio Capuci, já havia informado ontem a paralisação das operações dos frigoríficos que enviam carne bovina aos EUA após o anúncio de Trump. 

“Todos os frigoríficos aqui, as plantas do JBS, do Minerva, do Naturafrig, algumas outras plantas que fazem exportações aos Estados Unidos, já de imediato suspenderam a produção. Agora vamos ter que realocar até coisa que já estava produzida, vai ter que retrabalhar, realocar para outros mercados e por enquanto fica suspensa, fica inviável trabalhar com essa tarifa”, informou.

Leia a nota na íntegra:

Diante dos frequentes questionamentos sobre a situação de seus associados que exportam para os Estados Unidos, especialmente frente à imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto de 2025, por parte do governo norte-americano, o que tornaria inviável a continuidade das exportações, o SICADEMS informa que plantas frigoríficas exportadoras localizadas no Mato Grosso do Sul suspenderam preventivamente sua produção destinada ao mercado norte-americano.
 
Nesse momento, essas indústrias estão trabalhando para realocar a produção suspensa para o mercado interno e outros mercados externos, como forma de minimizar os impactos e preservar a continuidade da produção na sua totalidade.
 
Tal medida foi adotada como precaução diante do cenário de instabilidade atual, enquanto se aguarda uma definição oficial e concreta que permita a retomada das exportações aos Estados Unidos com segurança e viabilidade econômica.
 
Cabe destacar que o mercado norte-americano representa atualmente o segundo principal destino da carne bovina exportada pelos frigoríficos do Estado de Mato Grosso do Sul. No período de janeiro a junho de 2025, a carne desossada congelada bovina com destino aos EUA respondeu por 45% do total exportado, movimentando cerca de US$ 142 milhões.
 
Diante desses números expressivos, que impactam não apenas o setor frigorífico, mas toda a economia regional e a sociedade sul-mato-grossense, o SICADEMS espera que o governo brasileiro atue com urgência para encontrar uma solução, seja por meio de negociações diplomáticas ou estratégias comerciais, a fim de evitar ainda maiores prejuízos ao setor produtivo nacional.

Impactos

O Correio do Estado conversou com especialistas sobre os efeitos do tarifaço de Trump. Mesmo que os efeitos práticos dependam da efetivação da medida, a iniciativa foi recebida como uma ameaça direta à competitividade dos produtos de Mato Grosso do Sul nos EUA. 

Para o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, a medida é “inaceitável” e defende a competitividade como uma das soluções, além da via diplomática. 

Daniel Frainer, doutor em Economia e professor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) afirmou que a questão não é econômica mas, sim, política “justamente por conta dessa questão do processo contra o ex-presidente Bolsonaro que começou todo esse ‘zum-zum-zum’ dele em relação ao envio dessa carta dos 50%”. 

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) apontam que as vendas de Mato Grosso do Sul aos EUA somaram US$ 315 milhões (R$ 1,7 bilhão) de janeiro a junho deste ano, ante US$ 283 milhões no mesmo mês do ano passado (R$ 1,4 bilhão) – alta de 11,4%.

Leia mais em: https://correiodoestado.com.br/economia/sindicato-confirma-em-nota-suspensao-do-envio-de-carnes-aos-eua-apos/451415/

M9

Leia Também