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Turismo e Cultura

Na região Norte, rota “Cerrado Pantanal” quer ser novo destino turístico de MS

25 ABR 2019Por Paulo Ricardo19h:55

Sítios arqueológicos que datam de 12 mil anos atrás. Cânions com “janelas” para um horizonte paradisíaco. Cachoeiras. Parques. Tudo isso pode ser encontrado na região norte de Mato Grosso do Sul, agora chamada de “rota cerrado pantanal”, uma integração de 9 cidades com a ambição de serem o novo destino turístico do estado.

A rota norte, como ainda é chamada pelo Ministério do Turismo, é uma das 9 regiões turísticas dos 47 municípios sul-mato-grossenses que fazem parte do Mapa do Turismo elaborado pelo Ministério, que ganha nova versão esse ano. Aos olhos de empresários e da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), a região é a nova promessa do turismo estadual, e isso ocorre pela organização.

“As regiões entenderem que têm que se integrar, formatar produtos integrados. No passado todos os municípios do estado estavam no Mapa, mas não havia turismo em todas as cidades. A gente entendeu que esse Mapa não era real, fico muito mais confortável de ter 47 municípios. Seria até melhor se diminuísse o Mapa, com 30 [municípios] trabalhando muito, dentro de regiões formais organizadas, trazendo novos investimentos”, declarou o diretor-presidente da Fundtur, Bruno Wendling.

O diretor destaca, por exemplo, o campeonato mundial de mountain bike que ocorre, este ano, em Costa Rica, a 305 km de Campo Grande nos dias 27 e 28 de julho. Fazem parte da rota norte, segundo o Mapa, além de Costa Rica, Alcinópolis, Coxim, Figueirão, Paraíso das Águas, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste e Sonora.

“É uma região belíssima, Costa Rica tem parque municipal, faz divisa com Goiás, já recebe turistas. Tem Alcinópolis, tem o templo dos pilares, tem dezenas de metros com inscrições rupestres, tem Rio Verde com atividade de natureza, tem potenciais e agora a região começa a se organizar enquanto oferta, isso dá mais opções para o sul-mato-grossense conhecer, até para acessarem as fronteiras tem essa vantagem”, destaca Bruno.

Um dos motivos para que a região se destacasse foi a criação da Agência de Desenvolvimento Econômico Cerrado Pantanal (Acepan), formada por empresários da rota, com objetivo de desenvolver o turismo. Presidente da Acepan, o empresário do setor hoteleiro, Wellington de Morais Ferrato afirma que o objetivo “é ser um novo turismo em Mato Grosso do Sul”.

“No passado fomos uma região mais esquecida e sentimos que o poder público começa a olhar para a nossa região, as pessoas já começam a procurar, se interessar, saber quais são os destinos”, diz.

Ferrato cita, como vantagem, os preços mais baixos para viajar até a rota cerrado pantanal, mais barato, por exemplo, que a região de Bonito, a mais procurada por turistas que visitam Mato Grosso do Sul.

“É um turismo bem em conta porque cobram preço baixo, para quem não tem condições de ir pra Bonito, que tem um investimento mais alto, Costa Rica, por exemplo, tem esse turismo de aventura, seja uma cachoeira, rapel ou visitando um cânion, além de ter diversas biodiversidades. A gente tem uma grande vantagem de colocar dois biomas integrados: cerrado e pantanal”, diz.

Um povo receptivo

O ObservaturMS - observatório do turismo ligado à Fundut - aponta aumento de 5,1% de turistas desembarcados no Aeroporto Internacional de Campo Grande. No período de dezembro de 2018 a janeiro de 2019, o observatório destaca a entrada de turistas estrangeiros pelo aeroporto internacional. O Japão foi o principal país emissor, seguido de Espanha e Holanda. Entre os principais emissores nacionais nesse período estão São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

Além de muita beleza, o aumento se deve à boa receptividade do sul-mato-grossense. A hospitalidade do estado foi a melhor avaliada do país por turistas estrangeiros que visitaram o Brasil em 2017, com aprovação de 99,8% dos visitantes internacionais. Os percentuais de avaliação positiva foram emitidos pelo Ministério do Turismo.

Incentivos e desafios

Desde 2017, a Fundtur lança um edital de apoio a eventos geradores de fluxo turístico. Este ano, concede até R$ 50 mil em incentivos. Segundo a Fundutr, até agora já foram investidos R$ 2.348.142,90 em 15 editais.

Para o diretor da Fundação, os financiamentos são formas de organizar os incentivos, além de fazer com que as cidades também se organizem. “A ideia é dar mais ordenamento de repasse de dinheiro para os municípios, ao invés de atender de forma individual, faz de forma ordenada, dá a chance de todos ficarem sabendo e dá condições iguais para poderem concorrer, terem organização e tempo para se preparar”, diz.

Ainda assim, os incentivos para o turismo são restritos. Além disso, a falta de integração das cidades também é um impasse para que o setor se desenvolva. Para o presidente da Acepan, no entanto, o principal entrave da região norte é a estrutura. Falta aeroporto, pavimentação nas estradas e sinalização.

“Precisa estruturar a via área e a malha viária, precisa ter um aeroporto regional. Como a gente vai receber um turista de São Paulo? Fica particularmente bem difícil das pessoas trabalharem a nossa região. Fora isso, precisa da reforma da malha viária, das nossas rodovias, Costa Rica só tem uma ligação por asfalto”, comenta.

A participação dos municípios e Organizações da Sociedade Civil (OSCs) no edital para eventos é gratuita. Os interessados podem apresentar propostas, por meio de envelope a ser protocolado e recebido na Fundutr, até o dia 07 de maio.

As ações devem contemplar um dos eixos temáticos: Ecoturismo, Evento Gastronômico, Turismo de Esporte e Aventura, Turismo de Negócios e Eventos.

Agroturismo

A nova aposta para o turismo da rota cerrado pantanal é o “agroturismo”. Para quem quer conhecer de perto o coração do agronegócio, visitar plantações, silos e acompanhar, por exemplo, uma colheita de algodão, São Gabriel do Oeste, a 140 km da Capital, é uma boa pedida.

“A gente tem vários destinos sendo criados recentemente. Tem o surgimento de alguns atrativos novos, novas rotas para cachoeiras, rotas ligando o cerrado ao pantanal que passa por Costa Rica, é um produto novo, um roteiro de 4, 5 dias. Tem São Gabriel com turismo de agricultura, um turismo com visita guiada nas fazendas produtoras de milho, soja, colheita de algodão”, conta Wellington.

Fica a dica

Para quem quiser se aventurar pela rota cerrado pantanal e ficar imerso na natureza, praticar atividades de aventura ou mesmo apreciar belezas e até a história da humanidade, seguem algumas dicas de passeios.

Parque Natural Municipal Salto do Sucuriú

Localizado em Costa Rica, o parque tem 57 hectares e vegetação típica do cerrado. Tem área para estacionamento de veículos, infraestrutura com lanchonete, banheiros, quadra de areia para prática de vôlei e futebol, quiosques próximos à piscina natural e mirantes para observar as cachoeiras. No parque também é possível, praticar esportes de aventura como rapel, rafting e tirolesa, além de trilhas.

Cânion do Engano

Ainda em Costa Rica, é possível ter uma visão panorâmica do Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari no Cânion do Engano. Para ter acesso aos cânions, é necessário percorrer uma trila de quatro horas.

Parque Nacional das Emas

Muita gente não sabe, mas o famoso Parque Nacional das Emas é localizado, também, em Costa Rica. Com área de 133 mil hectares, apresenta vegetação predominante de cerrado, com 800 espécies de plantas e 300 de aves e mamíferos sob risco de extinção.

Há boia-cross e flutuação no Rio Formoso e observação da bioluminescência dos cupinzeiros, irradiação de luzes fosforescentes de cor azul-esverdeada, produzidas por pequenas larvas que se hospedam nos cupinzeiros.

Sítio Arqueológico Gruta do Barro Branco

Em Alcinópolis, a 402 km de Campo Grande, é possível conhecer um pouco da presença humana pré-histórica. O local possui nascentes nos entornos, cavernas com inscrições de até 12 mil atrás, paisagens naturais, além de uma enorme riqueza vegetal. Uma das atrações é a observação de aves raras.

Sítio Arqueológico Gruta do Pitoco

Ainda em Alcinópolis, a Gruta do Pitoco é conhecida pelas misteriosas passagens subterrâneas, caminho para chegar até as pinturas rupestres, que datam de até 11 mil anos.

Fonte: Campo Grande News - Izabela Sanchez

 
  • Fotos: Divulgação / CGN
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