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Saúde

Tratamento de queimados com pele de tilápia ajuda a obter melhor prognóstico para pacientes

Consequência dos acidentes podem resultar, inclusive, em limitação de movimentos

24 ABR 2023Por Redação/PL 07h:10

Que os acidentes com queimaduras são geralmente dolorosos e podem resultar em sequelas diversas, todos nós sabemos. Mas o uso de pele de tilápia no tratamento tem se mostrado bastante eficiente, sendo também utilizado em MS. 

As queimaduras podem causar diversos danos à pele da pessoa, desde cicatrizes até mesmo deformidades, dependendo do grau de comprometimento das camadas danificadas. 

São lesões causadas pelos mais diversos tipos de fatores, como líquidos quentes, superfície superaquecidas, abrasão, combustível, descarga elétrica e muitas outras situações que podem causar sequelas permanentes e, em alguns casos, o óbito dos pacientes.

Frequentemente, a Santa Casa de Campo Grande recebe inúmeros pacientes da Capital e do interior do Estado vítimas de queimaduras de 1º (superficiais), 2ª (parcial) ou 3ª grau (total/profundas). E de acordo com cada camada comprometida é necessário um tipo de tratamento, seja ele cirúrgico ou não. 

Somente em 2021, apenas nos primeiros meses, o CTQ (Centro de Tratamento de Queimaduras) do hospital registrou 96 internações no setor. Além destes, muitos pacientes também ficam internados na UTI (Unidade de Terapia Intensivas).

Muitos casos atendidos pelos profissionais no setor chamam a atenção pela complexidade, uma situação que é alertada pela cirurgiã plástica, Drª Renata Ferro, chefe do serviço no hospital. 

“O álcool, a eletricidade, abrasão e os casos de crianças queimadas são os mais comuns, e em sua maioria mais graves. Esses casos nos preocupam ainda mais, pois geralmente são lesões profundas na pele que demandam internação prolongada e sequelas importantes. Muitos necessitam de acompanhamento por anos, inclusive com danos estéticos”, comentou.

A maior causa de internações no hospital naquele ano foi o uso incorreto de álcool em chapas, com 41 pacientes, mas também houve outras incidências: 27 por líquidos quentes, 13 por descarga elétrica, seis por superfície superaquecidas, entre agentes causadores da queimadura. 

Os pacientes queimados permanecem mais tempo no hospital devido a procedimentos cirúrgicos e curativos específicos que precisam ser feitos pela equipe multiprofissional, a fim de reverter complicações mais severas.

Sequelas pós-queimaduras são sempre preocupantes e,l em sua maioria, permanentes, podendo também gerar redução da mobilidade. 

“Cores de pele diferentes, retração cicatricial, queloides e outras situações são consequências mais comuns nos casos graves, mas um outro agravante é a mobilidade que fica reduzida, isso compromete a autoestima, o desempenho no trabalho ou na escola até o prejuízo social muito grande. Por isso precisamos nos atentar a prevenção, pois muitos desses casos poderiam ser evitados”, destacou a médica.

Tratamento com tilápia

O método de tratamento de queimaduras com tilápia é conhecido como "curativo biológico", foi criado no Ceará, Brasil, e é considerado um dos grandes potenciais da medicina para o tratamento de ferimentos por queimaduras de segundo e terceiro grau.

Criado por médicos do Ceará, o tratamento é pioneiro no mundo e veio, inicialmente, como alternativa ao tratamento tradicionalmente utilizado, que consiste no uso de um creme com efeito de 24 horas, mas que exige manipulação diária das lesões, com remoção do creme, enxágue da área queimada, nova aplicação do creme e troca de curativo, o que acabava sendo doloroso para o paciente.

No Núcleo de Queimados do IJF (Instituto Doutor José Frota), em Fortaleza, o tratamento já é utilizado com sucesso desde 2016. 

Segundo o site Sanarmed. O tratamento é desenvolvido há dois anos no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará (UFC), com participação de pesquisadores do Ceará, Pernambuco e Goiás. De acordo com os pesquisadores, a curativo com base em animais aquáticos é inédito no mundo.

Vantagens

O método em questão oferece muitas vantagens, quando comparado a outros tipos de tratamento.

Por poder permanecer sobre a pele lesionada por vários dias, as dores da troca de curativo são evitadas. 

A pele de tilápia tem uma proteína chamada de colágeno tipo 1, que tem mais resistência, muito próxima à pele humana, e tem grau adequado de umidade, o que contribui positivamente para a cicatrização.

Além disso, a boa aderência à pele ferida também evita a contaminação externa, limita a perda de proteína e plasma e, consequentemente, a desidratação e, em casos mais extremos, a morte do paciente.

Méri Oliveira/topmídianews 

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