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Ministério da Saúde distribui novo medicamento que facilita tratamento do HIV, mas migração para terapia será gradual; entenda

Já foram enviadas aos estados e ao Distrito Federal 5,6 milhões de unidades da droga, uma combinação de antirretrovirais em um único comprimido. 

10 JAN 2024Por Redação/EC14h:37

O Ministério da Saúde concluiu a distribuição para os estados da primeira remessa de um novo medicamento para o tratamento do HIV. Trata-se de uma combinação dos antirretrovirais dolutegravir e lamivudina em um único comprimido, que simplifica a terapia para pessoas que vivem com o vírus no Brasil. 

Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em novembro de 2021, a droga, chamada comercialmente de Dovato, já teve 5,6 milhões de unidades distribuídas aos estados e ao Distrito Federal, segundo apurou a reportagem.

No ano passado, a Fiocruz, que faz o fornecimento da combinação ao Ministério da Saúde, informou que a previsão da pasta é de que serão fornecidas no total 30 milhões de unidades da droga ao longo de 2024.

Por isso, a migração de uso da terapia com dois comprimidos para apenas um irá acontecer de forma gradual e contínua.

Tecnicamente, o medicamento pode ser prescrito para o tratamento completo da infecção pelo vírus em adultos e adolescentes acima de 12 anos com pelo menos 40 kg, sem resistência conhecida ou suspeita aos seus compostos.

Mas neste primeiro momento, segundo o Ministério da Saúde, os pacientes aptos a mudança de terapia deverão ter:

- Idade igual ou superior a 50 anos;

- Uma adesão regular ao tratamento convencional;

- Carga viral menor que 50 cópias (praticamente uma carga viral indetectável);

- E ter iniciado a terapia dupla até o dia 30/11/2023.

Ainda segundo a pasta, os critérios para ampliar o público contemplado no novo modelo de tratamento poderão ser revistos em seis meses, observando, por exemplo, a tendência de crescimento das prescrições e a disponibilidade do medicamento em estoque na rede.

Como funciona o medicamento?

Os antirretrovirais dolutegravir e a lamivudina já são oferecidos pelo SUS separadamente aos pacientes com HIV, mas a combinação das drogas em uma única dose representa um avanço, visto que a expectativa é que essa nova opção traga mais facilidade e praticidade para o tratamento.

Com a possibilidade de ingerir apenas uma dose diária e de tomar o medicamento em jejum, a combinação farmaceûtica tem o potencial de melhorar a adesão dos pacientes ao tratamento.

Isso porque as duas substâncias ativas na droga, dolutegravir e lamivudina, bloqueiam a atividade de enzimas que o HIV usa para criar novas cópias de si mesmo no corpo.

O dolutegravir impede a atividade de uma enzima chamada integrasse, enquanto a lamivudina impede a atividade de outra enzima chamada transcriptase reversa, bloqueando assim a multiplicação do vírus e reduzindo a quantidade de HIV no organismo.

Em dois estudos, com a participação de 1441 pacientes, foi comprovado que a combinação das duas substâncias ativas encontradas no medicamento é tão eficaz na redução do vírus HIV no sangue quanto a terapia tripla com os medicamentos dolutegravir, tenofovir e emtricitabina.

De acordo com os resultados, 91% dos pacientes com HIV-1 que utilizaram o Dovato deixaram de ter níveis detectáveis do vírus (abaixo de 50 cópias por ml) após 48 semanas, enquanto 93% dos que utilizaram o tratamento tripo também alcançaram esse resultado.

Além disso, não foram identificados casos de resistência ao tratamento em nenhum dos estudos durante o período de 48 semanas de análise.

g1

M9

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