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Padaria da Liberdade representa esperança para detentos após pena

A padaria foi construída como forma de possibilitar reinserção social dos apenados

30 JUL 2021Por Redação/TR10h:27

Na tarde da quarta-feira (28), a  Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul (Agepen/MS) inaugurou a Padaria da Liberdade, instalada no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira e contou com a presença de representantes das instituições envolvidas na iniciativa.

Idealizada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, por meio da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, a padaria foi construída como forma de possibilitar reinserção social dos apenados, ao mesmo tempo, que gera renda e realiza ação social por meio de doações a instituições filantrópicas.

Desde o início da produção, no último mês de maio, são doados mil pães por dia, que são recolhidos diariamente pelo projeto Mesa Brasil, do Sesc, que divide a produção recebida com a Cufa – Central Única das Favelas.

Durante o ato, foi formalizada uma parceria com a Fapec - Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura, da Universidade Federal de MS, para que se torne viável a autossustentabilidade da padaria. “É fundamental essa parceria com a Fapec para que ela, junto com o pessoal da própria unidade, busque essas parcerias para ganhar escala, a produção e a comercialização, para que ela seja autossustentável”, ressaltou o juiz Albino Coimbra Neto.

De acordo com o magistrado, com uma escala maior de produção será possível atingir também a meta principal, de reinserção dos detentos no mercado de trabalho. “Nosso objetivo é que os internos que aqui trabalham consigam também se colocar no mercado de trabalho. Nós temos empresas que hoje já contratam mão de obra prisional externa, que tem demanda para isso, como redes de supermercado que têm padaria dentro. A partir do momento que você qualifica essa mão de obra, essas empresas passam a ter mais interesse”, destacou.

Para o detento Erivaldo Barbosa Venâncio, a capacitação em panificação será fundamental para um recomeço no momento que voltar ao mercado de trabalho fora do sistema prisional. “É muito importante pra gente, porque nem profissão a gente tinha. Hoje a gente tem uma profissão, sabe que quando sair daqui tem com o que trabalhar lá fora, de uma maneira para se sustentar, ajudar nossa família dentro de casa. A nossa família precisa da nossa ajuda. A gente tem filho, tem esposa e é muito importante esse serviço pra gente”.

Também por meio de parceria com a UFMS, 30 alunos, dentre internos da Gameleira e servidores administrativos da Agepen, iniciaram um curso de empreendedorismo, que possibilita trabalhar a questão da independência e reinserção dos internos no mercado de trabalho.

Além do juiz da 2ª Vara de Execução Penal, Albino Coimbra Neto, responsável pelo regime semiaberto na Capital, participaram do evento o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, o reitor da UFMS, Marcelo Augusto Santos Turine, a vice-reitora da UFMS, Camila Celeste Brandão Ferreira Ítavo, a promotora de justiça Jiskia Sandri Trentin e a coordenadora dos Projetos Sociais do Grupo Pereira, Anna Luiza Coberlino.

 O total de investimentos na padaria foi de R$ 210 mil, entre maquinários e construção do local adequado. Trabalham no local cinco internos da Unidade Penal, os quais passaram por capacitação na área de panificação e manipulação de alimentos, ministrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Vale destacar que a padaria foi construída com o valor arrecadado com o desconto de 10% do salário de cada preso que trabalha via convênio em Campo Grande.

Para a implantação da padaria, a unidade prisional recebeu equipamentos modernos, como forno turbo, cilindro profissional, modeladora de pães, amassadeira espiral com capacidade para 25 kg, câmaras para crescimento de pães, assadeiras de alumínio, mesas de inox, balança elétrica, divisora de massa, congelador horizontal, esteiras para pão francês, bebedouro e câmara climática.

Matheus Rondon - JD1 News

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