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Mato Grosso do Sul registra 8 estupros por dia; maioria são crianças e adolescentes

Dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública mostram que no 1° semestre foram notificados 1.274 estupros

29 JUN 2025Por Redação/VS 20h:55

De janeiro a maio de 2025, Mato Grosso do Sul teve 8 vítimas de estupro por dia. Somente no primeiro semestre do ano, foram notificados 1.274 estupros. A maior parte das vítimas são mulheres, muitas vezes crianças e adolescentes. É o que mostram os dados do Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Conforme mostra o painel no final da matéria, a maior parte das vítimas são mulheres, com 1.083 estupros, enquanto os homens somaram 157 vítimas. Além disso, 34 dos casos não tiveram o gênero informado.

O painel também mostra o total de vítimas por mês em Mato Grosso do Sul. Segundo o gráfico, o mês com o maior número de vítimas foi fevereiro, com 278 casos de estupro, seguido por março, com 273, e janeiro, com 253. Os dados do Sinesp vão até maio e não trazem informações sobre o mês de junho.

Os dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), apesar de apresentarem uma disparidade em relação aos números do Sinesp, também apontam um volume elevado de estupros.

Até maio deste ano, foram contabilizadas 907 vítimas. Com dados atualizados até 24 de junho, último levantamento disponível até este domingo (29), foram totalizadas 1.009 vítimas de estupro no Estado, o que dá uma média de 5 casos por dia.

O levantamento da Sejusp também mostra que, desses 1.009 estupros, a maior parte corresponde ao gênero feminino, com 870 vítimas. Também foram contabilizadas 109 vítimas do gênero masculino. Do total, 30 não tiveram o gênero informado.

A faixa etária também é discriminada pela estatística da Sejusp e mostra que a maioria das vítimas são crianças e adolescentes. Foram 364 adolescentes, de 12 a 17 anos, e 442 crianças, de 0 a 11 anos. Também foram registrados 83 estupros contra jovens entre 18 e 29 anos, 83 contra adultos entre 30 e 59 anos, e 14 vítimas com mais de 60 anos.

Um dos casos recentes de estupro que foi noticiado ocorreu com um menino de 7 anos de idade, que foi arrastado e estuprado em um matagal, no bairro Rita Vieira, em Campo Grande, na noite da última quinta-feira (26). “Me pegou no colo e tapou a minha boca para eu não gritar”, disse a vítima aos policiais que atenderam a ocorrência. O abuso foi confirmado pela equipe médica que atendeu a criança. O suspeito foi localizado, espancado por moradores e preso em flagrante.

Processos – A violência contra crianças e adolescentes também se reflete nos processos judiciais. Dos 3.155 processos envolvendo crianças e adolescentes em tramitação na Capital, 1.266 são por estupro. O número representa 40,1% das ações da Vara da Infância e Juventude e levantou alerta da Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul durante o Maio Laranja, mês de combate ao abuso sexual infantil. Os dados são do Sistema de Automação Judicial.

Além dos casos de estupro, há 15 processos sobre favorecimento da prostituição infantil e mais 312 relacionados a crimes previstos no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), como posse e divulgação de pornografia infantojuvenil.

De acordo com o juiz titular da Vara Especializada, Ronaldo Gonçalves Onofri, só nos últimos 12 meses foram ajuizadas 151 novas ações penais por estupro de vulnerável, 233 por crimes do ECA e 15 por importunação sexual.

“Esses números são alarmantes e ainda não refletem a totalidade dos casos. Muitas vítimas demoram anos para denunciar, por medo ou vergonha. Precisamos romper o silêncio, entender que o abuso sexual vai além da conjunção carnal e se manifesta em toques, manipulações e outros atos que violam a integridade das crianças”, disse o magistrado.

Ronaldo ainda destaca que é fundamental que pais, responsáveis e profissionais que atuam com crianças e adolescentes percebam as mudanças de comportamento, como apatia, agressividade, sexualização precoce e tentativas de fuga.

Denúncia – Para combater a violência sexual, a denúncia é o principal passo. Ela é o único caminho para abrir um processo criminal, que investigará o caso e poderá punir o autor do crime, se essa for a decisão final de um juiz.

Em Mato Grosso do Sul, denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes podem ser feitas pelo Disque 100 (Disque Direitos Humanos), pelo Ministério Público, pelos Conselhos Tutelares ou diretamente em delegacias de polícia. O Disque 100 é um serviço nacional, gratuito e que recebe denúncias anônimas, encaminhando-as aos órgãos competentes.

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  • Gráfico mostra que fevereiro teve pico no número de estupros, segundo o Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Imagem: Reprodução/Sinesp
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