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Usina de Bumlai em Dourados, MS, é invadida novamente por sem-terra
A usina de álcool e açúcar São Fernando, localizada na MS-379, em Dourados, na região sul de Mato Grosso do Sul, foi ocupada mais uma vez na manhã desta segunda-feira (27), por um grupo de aproximadamente 250 pessoas que fazem parte do Movimento Sem Terra do Brasil (MSTB). A outra ocupação foi no início deste mês, na segunda-feira (6).
A usina pertence ao empresário sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, preso na operação Lava Jato. A assessoria de imprensa da empresa informou ao G1 que " a manifestação ocorre na área externa e os 1.300 colaboradores diretos realizam normalmente suas atividades. Com relação as depredações ao patrimônio, a administração da empresa já acionou os órgãos competentes".
Sobre a situação da empresa, a assessoria informa que " é público que a usina está em plena atividade, moendo em média 14 mil toneladas por dia e encontra-se em processo de recuperação judicial, com uma dívida atual de R$ 1,3 bilhão, sendo que o seu refinanciamento faz parte do plano que será votado na assembleia geral dos credores marcada para 26 de abril".
Manifestação
Os manifestantes ocupam a portaria e parte da fábrica. Eles quebraram portas e janelas de vidro. Os representantes do MSTB exigem a presença do presidente nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O grupo reivindica que três fazendas da região, sendo uma delas de Bumlai, sejam destinadas a reforma agrária. A Polícia Militar (PM) e o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), acompanham a manifestação.
Usina São Fernando
A usina São Fernando está em processo de recuperação judicial desde 2013 e tem uma dívida nominal de R$ 1,320 bilhão, sendo 99% com bancos e fornecedores.
A usina pertence a holdings dos filhos de Bumlai. Segundo a EXM Partners, consultoria que assessora o grupo São Fernando no processo de reestruturação, a proposta é que para a venda, os ativos constituam uma Unidade Produtiva Isolada (UPI), que inclua a usina de cana-de-açúcar e as duas unidades de cogeração.
Wendel Caleffi, sócio da EXM Partners, explicou ao G1 que três grupos empresariais, alguns demonstraram interesse na aquisição da usina. Ele comentou que a expectativa é que com uma negociação com os credores um destes grupos adquira a usina assumindo um endividamento menor que o valor nominal, em torno dos R$ 850 milhões.
Fonte: G1