'Não levar a mesa': moradora brinca ao distribuir manga na calçada de casa em MS

A moradora do bairro Amambai, em Campo Grande, Fernanda Chilante, de 43 anos, está colhendo tantas mangas no quintal que decidiu deixá-las para doação na frente de casa, com um aviso simples: “Mangas. Não levar a mesa”.

Ela explica que a brincadeira não tem relação com medo de roubo, mas com a possibilidade de alguém achar que a mesa fazia parte da doação quando as frutas acabassem.

Gaúcha de Porto Alegre, Fernanda mora há sete anos em Campo Grande e está no endereço atual desde 2022.

“Quando cheguei em 2022 já estava no final da colheita. Em 2023, eu colhi, mas doei para pessoas conhecidas, e coloquei muitas fora. Ano passado eu consegui doar bastante, colocando em grupos de mensagens”.

Neste ano, ela mudou a forma de compartilhar as frutas e passou a deixá-las numa mesa na calçada. Desde então, tudo que coloca ali é levado no mesmo dia.

“Me doía no coração colocar as mangas fora. Eu vejo o pessoal atrás da fruta, colhendo do chão pra ter acesso ao fruto, então resolvi colocar a minha mesa que uso pra jogo”, brinca.

As mangas vêm de três mangueiras: duas dos vizinhos e uma no quintal dela. A colheita é alta — cerca de 50 kg por dia, mais de 100 frutas. Na terça-feira (9), foram 100 kg. Já nesta quarta-feira (10), restaram só duas mangas verdes na mesa.

A colheita começou na quinta-feira (4) e tem sido diária. Muitas frutas caem já estragadas. “Ontem eu colhi 70 quilos de manga podre. Se eu não colho um dia, se não tiro dali, apodrece”, conta. No ano passado, ela colhia cerca de 60 kg por dia, mas parte ainda era descartada.

Fernanda quer envolver mais moradores que também tenham frutas sobrando. “Já mandei no grupo aqui da rua, quem tiver manga ainda no quintal, mandar pra cá porque tem gente querendo”.

Ela acredita que a safra deve durar mais alguns dias. “Vai amadurecendo, né? Eu acho que até o sábado vai estar dando manga, depois acho que vai dar uma segurada”, diz.

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