Ação pede indenização para todos os moradores de Campo Grande

A Defensoria Pública pediu na Justiça que a prefeitura indenize com dinheiro cada um dos 850 mil moradores de Campo Grande por conta dos buracos nas ruas.

Mão inchada e oito pontos na cabeça. Foi o que aconteceu com o aposentado Mirtomá Lopes de Medeiros depois de cair num buraco, em Campo Grande.

“A bicicleta, quando bateu a roda dianteira, ela capotou e eu capotei junto. Fui de ponta-cabeça no asfalto”, contou.

O cruzamento onde ele se acidentou tem dez buracos. Essa buraqueira pelas ruas foi parar na Justiça.

O juiz da vara de Direitos Metaindividuais do Fórum analisa, desde o ano passado, uma ação da Defensoria pública que pede indenização de um salário mínimo a todos os moradores de Campo Grande por causa dos buracos.

Hoje, a capital tem pouco mais de 850 mil habitantes. Se a justiça entender que cada um deve receber a indenização, a prefeitura terá que desembolsar R$ 760 milhões.

“O sofrimento que a população passa com esses buracos, com todos esse transtorno, com ferimentos e até morte, é grande. Daí pedimos esse valor, que é alto realmente, mas que exterioriza o sofrimento da população”, disse o defensor público Amarildo Cabral.

Quem já teve prejuízo por causa dos buracos gostou dessa possibilidade. “Tem que ser feito isso mesmo”, afirmou Maria Terezinha Garcia Medeiros. “Está muito difícil [a buaqueira]. Está terrível. Não dá mais para a gente viver desse jeito”.

“Tem que arcar com o prejuízo. Esse carro mesmo já caiu no buraco, quebrei o para-choque. Tinha que sair em favor do cidadão mesmo”, afirmou o assistente administrativo Sidnei Lima.

Mas, ainda não há prazo pra decisão da Justiça. Desde o começo do ano, a prefeitura já tapou cerca de 40 mil buracos. E a estimativa é de que outros 210 mil ainda estejam assim: abertos e representando perigo.

A ação da Defensoria também pede que uma solução definitiva seja dada para a situação. “Conforme o laudo que nós juntamos na pedição, nos auto, que seja feito recapeamento, e tapar buracos só aqueles que não tem como, como abertura de um esgoto, alguma coisa desse tipo. Esses realmente têm que ser tapados”, disse o defensor.

A prefeitura perdeu o prazo para questionar a ação da defensoria. A assessoria de imprensa informou que o Município vai responder a essa questão judicialmente.

Fonte: G1