Economia
Reajuste de 5% pode "sobrar" para motoristas, que ameaçam greve
Categoria já sabe que, com reajuste anunciado hoje, acordo de salário não será cumprido por empresa de ônibus
Após anúncio do reajuste de até 5% na tarifa do transporte coletivo, feito pelo prefeito Marquinhos Trad, o presidente Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo (STTCU), Demétrio Ferreira de Freitas disse apoiar uma greve da categoria.
“O Consórcio Guaicurus disse que não vai conseguir cumprir o acordo que a gente fechou em novembro, por isso já soltei um edital de greve para segunda-feira (3), fazermos uma discussão na assembléia”, afirmou.
Demétrio disse que ‘não tem o que fazer’. “A minha orientação é parar, greve, e é o que vou passar para a categoria, já fizemos um esforço muito grande e ano passado e não tivemos reajuste”.
Os trabalhadores deviam receber retroativo dia 18 de novembro, e ter um reajuste de 11,08% assim que saísse o reajuste da tarifa. “Mas com esse aumento anunciado da tarifa de até 5%, o consórcio não consegue cumprir o que foi acordado”.
Após a assembleia do Sindicato e com a aprovação da categoria, terá paralisação, concluiu Demétrio Ferreira.
Já Marquinhos respondeu a repórteres nesta quinta (30) que o reajuste é decidido pela Justiça do Trabalho e não por ele. “Há um contrato, na época foi discutido no Supremo Tribunal de Justiça, as cláusulas do contrato geram direitos e deveres, um dos direitos é de reajuste anual, formado por cinco componentes, variação do preço do óleo diesel, acordo para reajuste dos funcionários, número de usuários de transporte, manutenção da frota, e inflação. Eu não decido".
Segundo Marquinhos, com o reajuste solicitado pela categoria, o valor da tarifa do transporte coletivo subiria de R$ 4,20 para R$ 5,17, e com o reajuste de até 5%, esse valor fica em R$ 4,40 para os usuários, mas sem reajuste para os funcionários.
A empresa responsável pelo transporte pode recorrer da decisão na Justiça, onde Marquinhos antecipou que apresentará argumentos que comprovem a necessidade de um reajuste menor.
Sarah Chaves - JD1 News