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Dom Otair Nicoletti

Coluna

Páscoa, triunfo da vida

2 ABR 2024Por Dom Otair Nicoletti09h:27

Ele devia ressuscitar dos mortos. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João (Jo 20,1-9)1.

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: "Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram".3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 

4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo.

Viu as faixas de linho deitadas no chão7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus,
não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo,
que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou. 9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos. Palavra da Salvação, Glória a Vós Senhor. 

MENSAGEM - É com grande amor e grande alegria que nós anunciamos hoje que o Cristo está vivo e ressuscitado! Essa é a razão da nossa fé, é o motivo da nossa alegria, é a esperança para a vida de cada um de nós! 

O DIA DE PÁSCOA é o Domingo primordial, do qual derivam todos os outros domingos do ano. Cada domingo é uma Páscoa semanal, é o Dia do Senhor. A oração coleta da Missa de hoje diz: “Ó Deus, por vosso Filho Unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade.” 

As Leituras aprofundam essa realidade: Na Primeira Leitura, Pedro anuncia a RESSURREIÇÃO. (At 10,34.37-43) Pedro, na casa do centurião romano Cornélio, na Cesareia, expõe o KERIGMA: o núcleo central da fé cristã: anuncia Jesus como o ungido de Deus, descreve a atividade de Jesus fazendo o bem e curando os oprimidos, testemunha a Morte de Jesus na cruz e sua Ressurreição e conclui: "Quem nele crer, recebe a remissão dos pecados". BATIZA Cornélio e toda a sua família. É o primeiro pagão a ser admitido ao cristianismo por um dos Doze. Significa que a vida nova que nasce de Jesus é para todos os homens. 

A fé em Cristo ressuscitado suscita o TESTEMUNHO. Ser cristão é anunciar e testemunhar o que Jesus fez...Na Segunda Leitura, Paulo recorda que no Batismo fomos sepultados com Cristo e com ele ressuscitados, e nos exorta a viver com Cristo uma vida nova."Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto…"(1Cor 5, 6-8).

No Evangelho, João descreve a reação dos discípulos diante da descoberta do "sepulcro vazio". (Jo 20,1-9). É uma Catequese sobre a Ressurreição de Jesus: Maria Madalena, no "primeiro dia da semana" (ou de um novo tempo), ainda "no escuro" procura no túmulo o Cristo morto. Diante do túmulo vazio, se retira horrorizada pensando que haviam roubado o corpo do Senhor. Mas quando ela o encontra, a fé desponta em seu coração. É o encontro feliz com o Senhor Ressuscitado. Ela representa a Comunidade dos discípulos, que sente a falta de Jesus. 

Pedro, para quem a morte significava fracasso, recusava aceitar que a vida nova passasse pela humilhação da cruz. Para ele a Ressurreição de Jesus era uma hipótese absurda e sem sentido. Com surpresa, ele viu o túmulo vazio e os panos dobrados. Mas continuou "no escuro". Representa o discípulo que tem dificuldade em aceitar Jesus e seus valores. Estava acostumado a valorizar outros valores e padrões.

Representa também a velha prudência dos dirigentes, que impede a caminhada do Povo de Deus. Nesse novo, incompreensível à luz da lógica humana, tantas vezes se revela o Mistério de Deus e se encarna ecos de ressurreição e de vida nova. 

Ao contrário, João identificou-se com Jesus e aos seus valores. Para ele, a ausência do corpo não impediu que compreendesse que Jesus continuava presente entre eles. O Amor faz "correr mais rápido" e faz crer ao ver: João reconhece nos sinais da ausência (as faixas, o sudário) a presença transformada e gloriosa do Cristo. Por isso,"viu e creu".Representa o discípulo ideal, que vive em comunhão com Jesus.

É Modelo do verdadeiro discípulo. Ele nos convida à identificação com Jesus, à escuta atenta e comprometida dos seus valores e ao seu seguimento. A Páscoa é o Triunfo da Vida: A Páscoa expressa o drama mais profundo da realidade humana: a luta permanente da vida, que consegue reverter a dinâmica da morte. A Páscoa celebra o triunfo da vida sobre a morte, no momento em que a vida parece sucumbir e a morte parece vencer. 

A Ressurreição de Cristo nos garante que Deus assumiu a causa da vida. A Páscoa não é apenas a comemoração de um FATO PASSADO..., ésempre um novo apelo de Deus, que nos convida a morrermos com Cristo, a nos separarmos do homem velho (do pecado), a fim de nos revestirmos do homem novo e ressurgir para uma vida nova na graça e na santidade. 

A Páscoa não é apenas UM DIA DO ANO..., mas um processo dinâmico e permanente dentro de nós.Todos os dias, o cristão celebra a Páscoa, quando combate o homem velho do pecado, para se revestir do homem novo, em Cristo. TODO DOMINGO, revivendo os mistérios pascais na celebração da Eucaristia, deve ser o momento forte da vivência dessa Páscoa, que parece não ter fim. 

Desejo-lhe uma FELIZ PÁSCOA... A Páscoa, que lhe desejo, não é a de um Cristo morto, perdido no passado, mas sim de um Cristo vivo, glorioso, atual, que faz vibrar o seu coração e dar um sentido novo a seu viver... Que assim seja...

Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa