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Valdir Silva

Coluna

Coxim e o Toque de Recolher

7 ABR 2020Por Valdir Silva15h:25

O toque de recolher em Coxim, como todo e qualquer ato dimanado do Poder Executivo, gera controvérsia. Para tanto, a autoridade executiva se apoia no exemplo dos demais municípios que também adotaram essa estratégia no combate à Covid-19.

Uns avaliam que o município é, inclusive, retardatário em tal medida, uma vez que o auge da disseminação, pela saturação midiática em torno da problemática, vem se estabilizando.

Enquanto as pessoas praticamente se naturalizavam com as más notícias provocadas pela Covid-19 os cuidados tão necessários para evitá-la caiam no ostracismo do cotidiano.

É da natureza humana converter em irrisório aquilo que outrora foi novidade: com a Covid-19 não há de ser diferente

Há os analistas políticos de plantão, sobretudo os que pretendem ser candidatos no pleito eleitoral vindouro, que acusam "certos" políticos de tentar capitalizar politicamente a pandemia.

Dentre essas acusações destacam-se o caso das cestas básicas adquiridas pelo município com a devolução do excedente do duodécimo da Câmara Legislativa Municipal.

Sobrou, inclusive, para o prefeito, já em fim de mandato.  Segundo os “tais comentários”, a autoridade executiva tenta exercer um protagonismo nunca antes praticado no período de sua gestão.

Não podemos esquecer, obviamente, das "lives" dos aspirantes à políticos, mas que por equívoco dos “modus operandis”, querem se fazer artistas, trazendo para si mesmo os holofotes da opinião pública

Nesse balaio de gato, de prós e contras, eis que surge o toque de recolher acenando mais para um efeito simbólico do que para o prático, pois não há nenhuma evidência científica que o vírus circula melhor a noite do que o dia.

Aliás, pela lógica da proposição: o vírus circula tão bem à noite quanto durante o dia. É evidente que uma vez decretada, há que se cumprir o ditame executivo.

O "toque de recolher" me parece uma ótima oportunidade para a gente "se tocar" e, de fato, se "recolher" à nossa (in) significância e se atentar que, por mais que não se ponha à visibilidade da análise teórica, temos um papel que conjuga para a coletividade.

E, nesse constructo, que nossa ação repercute para o meio, e que nem sempre estamos "no meio", mas naquele lugar à margem que só nos percebem quando uma grande catástrofe está na iminência de ocorrer.