A festa mariana mostra que Maria, preservada do pecado, participa plenamente da glória do Filho e intercede por todos os fiéis.
No último domingo, a Igreja no Brasil se alegrou ao celebrar a Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria aos céus. A festa, uma das mais importantes do calendário litúrgico, recorda um dos quatro dogmas marianos definidos pela Igreja Católica.
Maria, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, é reconhecida como a perfeita imitadora de seu Filho. Esteve com Ele em toda a sua missão, até o momento doloroso da cruz, permanecendo fiel como “a serva do Senhor”. O Catecismo da Igreja Católica descreve firmemente seu papel no mistério da salvação, ressaltando que Maria esteve unida a Cristo nos momentos mais significativos: desde a concepção virginal até a paixão, morte e ressurreição.
O Catecismo afirma: “Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como rainha, para assim se conformar mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte” (CIC, n. 966).A Assunção de Maria, portanto, é entendida como uma participação singular na ressurreição de Cristo e uma antecipação da ressurreição prometida a todos os cristãos.
Definição do dogma
O dogma da Assunção foi proclamado pelo Papa Pio XII em 1º de novembro de 1950, por meio da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus. Nela, o Pontífice declarou: “Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Assim, a Igreja reconhece que Maria, concebida sem a mancha do pecado original, foi preservada da corrupção da morte e elevada em corpo e alma ao Céu.
Maria, modelo e intercessora
Na história da salvação, Maria aparece como a “nova Eva”: enquanto a primeira mulher introduziu o pecado no mundo pela desobediência, Maria abriu as portas da redenção pelo seu “sim” a Deus. Ela esteve presente em momentos fundamentais da vida de Jesus, como na Anunciação (Lc 1,26-38), na visita a sua prima Isabel (Lc 1,46-55), nas Bodas de Caná (Jo 2,1-11) e, de forma especial, aos pés da cruz (Jo 19,25-27).
Para os fiéis, a Assunção é motivo de esperança e consolo. Se Maria já participa plenamente da glória do Céu, em corpo e alma, ela nos mostra aquilo que também aguardamos: a ressurreição final em Cristo. Hoje, junto de seu Filho, Nossa Senhora intercede por nós e continua sendo exemplo de humildade, obediência e amor.
A celebração da Assunção recorda, portanto, que o destino último da humanidade é a vida eterna em Deus, e Maria, nossa Mãe, já participa dessa plenitude, apontando o caminho para todos os que creem.
Pascom da Paróquia Catedral São José
Referências:
- Catecismo da Igreja Católica, n. 966
- Papa Pio XII, Constituição Apostólica Munificentissimus Deus (1950)
- Sagrada Escritura: Lc 1,26-38; Lc 1,46-55; Jo 2,1-11; Jo 19,25-27.
