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Idade estimada para Oumuamua afasta 'hipótese alienígena', dizem astrofísicos brasileiros

Pesquisadores da UFRJ calcularam a idade do objeto com base na órbita de estrelas ao redor da galáxias. Para eles, é improvável a hipótese de que o Oumuamua foi enviado por extraterrestres.

8 NOV 2018Por Redação/TR21h:16

Parece que não foi dessa vez que os extraterrestres estabeleceram contato. Dois cientistas brasileiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conseguiram estimar a idade do Oumuamua, primeiro objeto interestelar a cruzar o Sistema Solar, entre 200 e 450 milhões de anos. A pesquisa será publicada neste mês na versão física da "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society".

Isso significa que a "panqueca alienígena" é jovem — para padrões estelares. Esse cálculo torna ainda mais improvável que o Oumuamua tenha sido enviado à Terra por alienígenas, como afirmaram pesquisadores de Harvard em prévia de artigo divulgada na última quinta-feira (1) e com data de publicação prevista para a próxima segunda-feira (12), na Astrophysical Journal Letters.

Quem explica é o primeiro autor do estudo, o doutorando Felipe Almeida Fernandes, que assinou a pesquisa em parceria com o orientador, Hélio Rocha Pinto, diretor do Observatório do Valongo, da UFRJ.

"Essa idade, que pode chegar a 1 bilhão de anos — considerando algumas fontes de incerteza — vai contra ele ter uma origem artificial. É muito pouco tempo para a vida surgir, evoluir, e chegar a seres vivos com capacidade para explorar o espaço. Na Terra, foram 4,5 bilhões de anos para isso", pondera.

Esses números valem para os padrões terráqueos de evolução. No entanto, se ele veio de fora do nosso sistema, poderia ser diferente se tivesse sido enviado pelos ETs?

"Poderia ser diferente. Com certeza. A gente só sabe o único exemplo que conhece, que é a Terra. Mas aí seria mais uma 'forçação de barra' que teria que ser feita para explicar que é uma nave", analisa Felipe. Ele usou um modelo da pesquisa do doutorado — que não é sobre o Oumuamua, e sim sobre órbitas de estrelas na galáxia — para calcular a idade da "panqueca alienígena".

Para Hélio Rocha Pinto, a hipótese da sonda extraterrestre também é improvável. "Como ele foi descoberto há um ano, tem muita gente falando muita coisa. Daqui a dois anos, essas ideias estapafúrdias vão ficando de lado. Na ciência, a gente levanta muita hipótese para que alguém possa refutá-las", ressalta.

Outros pesquisadores já haviam tentado calcular a origem do Oumuamua, mas não a sua idade, afirmam os cientistas da UFRJ. Saber quantos anos o objeto tem pode, no entanto, ajudar a entender de onde ele veio, explica Felipe.

"Essa idade significa que ele veio de um sistema planetário que orbita ao redor de uma estrela jovem — que não é o Sol. Todos os asteroides que a gente observa no Sistema Solar foram formados da mesma nuvem que deu origem ao Sol. Esse, não. Foi formado junto com uma nuvem que deu origem a uma outra estrela, a outro sistema planetário. O Oumuamua ficou orbitando ali até ser expulso. Pode ser por vários motivos: pode ter sido uma interação gravitacional com outro planeta ou ele pode ter sido parte de um corpo maior que sofreu uma colisão e aí foi ejetado", explica.

Apesar de o intervalo possível para a idade do Oumuamua ser grande — Felipe considera até 1 bilhão de anos como sendo possível, apesar de menos provável — isso ajuda a eliminar estrelas mais antigas, como as que têm 13,7 bilhões de anos — a idade do Universo.

Parece que não foi dessa vez que os extraterrestres estabeleceram contato. Dois cientistas brasileiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conseguiram estimar a idade do Oumuamua, primeiro objeto interestelar a cruzar o Sistema Solar, entre 200 e 450 milhões de anos. A pesquisa será publicada neste mês na versão física da "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society".

Isso significa que a "panqueca alienígena" é jovem — para padrões estelares. Esse cálculo torna ainda mais improvável que o Oumuamua tenha sido enviado à Terra por alienígenas, como afirmaram pesquisadores de Harvard em prévia de artigo divulgada na última quinta-feira (1) e com data de publicação prevista para a próxima segunda-feira (12), na Astrophysical Journal Letters.

Quem explica é o primeiro autor do estudo, o doutorando Felipe Almeida Fernandes, que assinou a pesquisa em parceria com o orientador, Hélio Rocha Pinto, diretor do Observatório do Valongo, da UFRJ.

"Essa idade, que pode chegar a 1 bilhão de anos — considerando algumas fontes de incerteza — vai contra ele ter uma origem artificial. É muito pouco tempo para a vida surgir, evoluir, e chegar a seres vivos com capacidade para explorar o espaço. Na Terra, foram 4,5 bilhões de anos para isso", pondera.

Esses números valem para os padrões terráqueos de evolução. No entanto, se ele veio de fora do nosso sistema, poderia ser diferente se tivesse sido enviado pelos ETs?

"Poderia ser diferente. Com certeza. A gente só sabe o único exemplo que conhece, que é a Terra. Mas aí seria mais uma 'forçação de barra' que teria que ser feita para explicar que é uma nave", analisa Felipe. Ele usou um modelo da pesquisa do doutorado — que não é sobre o Oumuamua, e sim sobre órbitas de estrelas na galáxia — para calcular a idade da "panqueca alienígena".

Para Hélio Rocha Pinto, a hipótese da sonda extraterrestre também é improvável. "Como ele foi descoberto há um ano, tem muita gente falando muita coisa. Daqui a dois anos, essas ideias estapafúrdias vão ficando de lado. Na ciência, a gente levanta muita hipótese para que alguém possa refutá-las", ressalta.

Outros pesquisadores já haviam tentado calcular a origem do Oumuamua, mas não a sua idade, afirmam os cientistas da UFRJ. Saber quantos anos o objeto tem pode, no entanto, ajudar a entender de onde ele veio, explica Felipe.

"Essa idade significa que ele veio de um sistema planetário que orbita ao redor de uma estrela jovem — que não é o Sol. Todos os asteroides que a gente observa no Sistema Solar foram formados da mesma nuvem que deu origem ao Sol. Esse, não. Foi formado junto com uma nuvem que deu origem a uma outra estrela, a outro sistema planetário. O Oumuamua ficou orbitando ali até ser expulso. Pode ser por vários motivos: pode ter sido uma interação gravitacional com outro planeta ou ele pode ter sido parte de um corpo maior que sofreu uma colisão e aí foi ejetado", explica.

Apesar de o intervalo possível para a idade do Oumuamua ser grande — Felipe considera até 1 bilhão de anos como sendo possível, apesar de menos provável — isso ajuda a eliminar estrelas mais antigas, como as que têm 13,7 bilhões de anos — a idade do Universo.

Por Lara Pinheiro, G1

 

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