Cidades
Piolho é problema que mães voltam a enfrentar após retorno de aulas presenciais
Incidência aumentou expressivamente nas escolas e nos consultórios, revela pediatra
Assim como a correria diária, muita disciplina e lições de casa, a infestação de piolhos é uma luta que as mães estão tendo de enfrentar desde que as aulas retornaram na modalidade 100% presencial, tanto no ensino público, como no particular.
Segundo o pediatra Neonatologista Pedro Amaral, a incidência de casos aumentou expressivamente nas escolas e nos consultórios, ocasionada não só pela convivência, como pelas condições climáticas do período.
"Essa é uma doença um tanto sazonal, temos condições de temperaturas que favorecem os bichos, como episódios de mais ventos, com isso a gente também tem uma disseminação maior do piolho", explica o médico, tendo em vista que os parasitas são levados pelo vento, consequentemente passando de uma cabeça para outra.
A infestação do bicho pode acontecer em qualquer idade, mas principalmente entre crianças de três a 10 anos. Por isso, o cuidado supervisionados às madeixas dos pequenos é extremamente indispensável.
Além da limpeza com o pente-fino, o especialista recomenda o uso de vermífugos via oral para expelir e acabar com a presença dos insetos, desde o piolho até os ovos, (lêndeas) que eles deixam nos fios.
"Lembrando que é importante a criança tomar vitaminas, ter um calendário vacinal adequado aumentando essa resposta imunológica. Como piolho é um bicho, também são necessários os cuidados de higiene, principalmente em quem tem o cabelo comprido. A lavagem diária é muito importante, bem como os produtos adequados para a idade", afirma.
A designer de sobrancelhas de 36 anos, que não terá identidade revelada pela reportagem, conta que o combate contra o inseto na cabecinha da filha de 6 anos, é uma luta recorrente que está mais intensa agora, três meses após a filha voltar a frequentar o ambiente escolar.
"Ela chega com piolho direto, a gente sabe que é normal, mas é uma luta diária porque mesmo sendo recorrente temos que limpar e acabar com todos. Eu tenho que dar vermífugo e passo pente- fino de manhã e a noite. Sempre mando manipular um remédio também na farmácia, assim eu consigo deixar o cabelo dela limpo", revela.
Em uma escola da Capital, a diretora até chegou a mandar inúmeros recados no grupo de mães, chamando atenção para que o controle seja feito regularmente.
"Pessoal, passando aqui para lembrá-los que amanhã, sexta-feira não haverá aula. Conforme bilhete na semana passada e comunicado na frente da unidade, aproveitem esses dias para olharem as cabecinhas das crianças, estamos com várias crianças com muito piolho, eles provocam doenças", alertou.
Os principais sintomas podem ser vistos quando as crianças coçam muito o couro cabeludo, principalmente na parte de trás da cabeça, podendo chegar ao pescoço e tronco.
É importante observar também, se há pontos avermelhados como picadas de mosquitos na região mencionada.
Karine Alencar/campograndenews