Coxim MS
Glenda de Melo Oliveira: Alma de uma Fênix - A menina que descobriu as palavras
Um dia, em terras pantaneiras, a menina que descobriu as palavras, se tornou uma vendedora de sonhos, e de par em par, através de jornais impressos, foi imortalizando os artistas coxinenses espalhados por essa poética e histórica terra de Zacarias e Spengler. Ela, sem dúvida, é a mulher-fênix que nasceu e que renasceu neste empoeirado chão de giz e de cera.
Como uma escriba, a nossa “Clio-Calíope”, às vezes empunha na mão esquerda uma trombeta e na direita um livro, outras vezes pergaminhos e penas que fez, das tintas sobre o papel, rememorar Coxim. Ela vem laureando de história, de arte e de cultura, e contribuindo com aquele que é o maior portal diário de notícias da região norte do estado de Mato Grosso do Sul, e um dos mais importantes canais de informação do nosso referido Estado.
Quando seus pais resolveram dar nome à menina, pensaram: Glenda, “aquela que vem do vale”, outrora inspirados na concepção de que, das margens de um vale, o do Taquari, surgiria, como as bromélias e as orquídeas, a menina-flor que encantaria Coxim com os seus dons, talentos e atributos. Seu nome, em outra raiz etimológica, tem o poder de evocar a tríade: pureza, bondade e encanto. A nossa nova “Guerreira Guaicuru” nasceu no dia 11 de março de 1977 em Coxim, uma pisciana do último signo e do último decanato do zodíaco, que veio a nós, surgindo tal qual um verso ouro de um poema existencial da mais pura e original coxinidade.
Seu perfil, na rede social, estampa a beleza e o brilho hexagonal desta joia singular em seu ofício, habilitação, paixão, sabor, carinho e arte: Jornalista, formada em letras pela UFMS, apaixonada pela escrita, por café, por dogs e fotografia. Sua rede social favorita, nos faz perceber também que seu amor pela “Mãe Coxim” beira uma Coxinolatria, para ela a “Terra do Cedro” é fonte de versos e rimas, e ela de corpo e alma a deseja “ensolarada e quente”. De uma imaginação fértil, de mente transformadora e de espírito revigorado ela palmilha por aí, de tênis, roupas leves, com os braços livres, solta e firme nas suas convicções.
Filha do casal Arnaldo de Oliveira e Lucy Melo. Dizem por aí, que do pai ela herdou o coração prestativo e a vontade de deixar a vida a levar; da mãe, uma paixão incomensurável pela escrita e pelo idealismo. A menina Glenda é mesmo especial, veio de uma gravidez gemelar, situação única e notável, uma dupla celebração a vida em família. Seu nascimento não foi apenas um marco biológico, emocional, espiritual ou social, mais um verdadeiro sinal de um favor divino, dividindo (com sua irmã gêmea Gleide de Melo Dalvalhas) os seios de uma mãe gentil. Aliás, Gleide sempre lhe foi parceria, apoio e conexão. A irmã Glauce foi a primeira a chegar, e 5 anos depois a vinda das gêmeas completou o lar da família “Meloliveira”.
A pisciana “Glendamour”, de alma alvinegra escolheu um time paulista como o seu time do coração, o Corinthians. A jornalista eclética, ativista das causas feministas, das culturais e das educacionais, encontrou um motivo para alcançar seus voos e sentir as aspirações do coração, e a faculdade de Letras em Coxim lhe caiu como uma luva. Buscou na história referências, e encontrou mulheres fortes, ousadas, destemidas e dentre elas a artista plástica Frida Kahlo lhe apontava uma semelhança trajetória, de concepções e ideais. Não demorou para tatuar a imagem de Frida em umas das pernas e como Frida foi capaz de montar, através do tempo e do espaço, o seu próprio autorretrato. No quarto de Glenda, o quadro de Frida, objeto que ganhou de presente, é um item decorativo obrigatório.
Do México também lhe veio a inspiração para, na perna direita, tatuar a caveira mexicana, símbolo filosófico e ideológico da efemeridade, uma lembrança de que a vida é um sopro e que nunca devemos nos considerar melhor do que ninguém.
Suas tatuagens marcam sua história de vida: a causa feminina, o engajamento político (filiada desde muito cedo e possuidora de uma residência-comitê), a defesa e o respeito pelas plantas e animais. Em seu braço direito, a máquina fotográfica denuncia a paixão pelos registros, a borboleta, seu símbolo da transformação e, as mulheres, que tem lugar especial no seu corpo, se misturam e se conectam com sabores, com flores e com palavras.
De sangue nobre, neta do inesquecível Gediel Leitão de Melo, o homem que enquanto dedicava sua vida a colecionar amigos e a garimpar palavras, sua amada esposa Bercholina Vieira de Melo, avó de Glenda, fiava amizades e costurava sonhos em terras do sul do antigo Matogrosso.
No auge de sua juventude recebeu duas dádivas do céu, preciosidades de valor inestimável, que embalou em seu colo de mãe, carregou em seu peito e que levará para sempre no coração, as filhas Maria Clara Oliveira Miranda e Elis Cristine Oliveira Miranda.
Quem conhece a nossa “flor de camalote” sabe que ela tem a magia de fazer amigos e, por eles, dá a vida. Para ela, o lado esquerdo pulsa mais intenso.
Sua personalidade é rocha forte, só faz o que o seu coração manda, ama o black, adora o rock, e faz leitura de tudo, do soft ao hard. Seu celular, parceiro de todas as horas, hoje é a sua principal fonte de leitura diária. Para ela quem faz uma boa ação não precisa ficar mostrando para ninguém, o que uma mão faz, que a outra não saiba.
Seus atributos familiares são conhecidos em casa, é parceira, amorosa, cuidadosa, autêntica, e para defender os seus, não foge de uma boa briga. Pensa numa mulher de coragem, de fibra e resiliência.
Um dia, decidiu ir para a Capital e lá fez carreira brilhante, mas o imã de Coxim a atraiu, fazendo jus ao mais conhecido ditado popular coxinense: quem come cabeça de pacu não vai embora de Coxim. Pode até ir, mas sempre volta. É bem verdade, tanto que em 2021, Glenda fez as malas e retornou à sua terra natal. Aqui, ela vem reconstruindo a sua história, vencendo desafios, colocando maestria em tudo o que predispõe a fazer e, consequentemente, obtendo grandes conquistas e vitórias pessoais. Mãe Coxim a recebeu de volta de braços abertos, beijou-a na face e a acolheu e o povo dessa terra está aprendendo todos os dias a glendamar.
Fonte: Josimar Miranda - Representando os acadêmicos da ALBMS - SECCIONAL COXIM.
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