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Coxinense trabalha como nutricionista de aves na Globoaves/GloboBiotech, empresa que irá fornecer ovos para o Instituto Butantan

Na receita do ingrediente farmacêutico ativo da vacina ButanVac, o ovo vem primeiro

28 MAI 2021Por Valdeir Simão18h:35

Kelly Cristina Nunes, 31 anos, solteira, foi estudante da escola Santa Teresa em Coxim, até os 17 anos. É filha única de Elio Nunes e da senhora Marli Sulzbach, recepcionista no Hospital Regional Dr. Álvaro Fontoura Silva. 

Cursou a faculdade de zootecnia na Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) em Aquidauana-MS. Fez mestrado  em produção de aves na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) em Dourados-MS. O doutorado em nutrição  de aves realizou na Universidade Estadual de Maringá (UEM) em Maringá-PR e 6 meses de pós doutorado na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) em Marechal Candido Rondon-PR.

No ano de 2018 recebeu uma proposta de emprego na cidade de  Bastos-SP, onde trabalhou com nutrição de aves e acompanhava todo o processo da fábrica de ração. Em Bastos criou muitas amizades com fornecedores e, através de uma indicação, a Globoaves a chamou para uma entrevista, onde então aceitou a proposta e se mudou para São Carlos-SP. 

Atualmente a zootecnista e nutricionista Kelly Cristina trabalha na Globoaves com a nutrição de aves, acompanhando os supervisores a campo e todo o processo da fabricação de ração. 

Kelly e sua mãe Marli Sulzbach. Foto: Arquivo pessoal

Kelly Cristina, explica: “Os ovos utilizados para a produção da vacina, são ovos férteis, com o sistema de produção totalmente controlado. Todo o elo de produção: Sanidade, nutrição, manejo e ambiência são controlados rigorosamente e auditados pela equipe técnica do Instituto Butantan. Os ovos são produzidos nas granjas e direcionados ao incubatório da GloboBiotech, onde permanecem no processo de incubação ate o 11º dia e então são encaminhados ao Instituto Butantan para produção da vacina”.

“Contribuir como nutricionista com o processo produtivo dos ovos direcionados ao Butantan é extremamente gratificante, uma vez que estamos  passando por um momento delicado em relação à disseminação desse vírus, e ter uma vacina brasileira ao qual a empresa que trabalho irá contribuir com a matéria prima (ovos férteis) é muito gratificante", finaliza Kelly Cristina.

Nutricionista Kelly Cristina. Foto: Arquivo pessoal

O sucesso da produtividade da avicultura brasileira está baseado em um triângulo de eficiência: Genética, alimentação e manuseio. Os ovos férteis Globoaves são produzidos com rigoroso controle sanitário e de biosseguridade, recebendo atenção e cuidados operacionais especiais assegurando rigorosa coleta e pré-classificação de forma a minimizar quaisquer contaminações. 

Como está sendo produzida a vacina ButanVac - com informações do Jornal Hoje 

Apresentada no dia 26 de março, a ButanVac é uma nova vacina contra Covid que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan. 

Arte/Reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aguarda o protocolo de estudos clínicos atualizados e mais dados do imunizante para aprovar os testes com humanos no Brasil, mas para ganhar tempo, o Butantan já começou sua produção. 

Na receita do ingrediente farmacêutico ativo da ButanVac, o ovo vem primeiro. São 520 mil ovos por receita e uma pequena amostra, de 23 mil ovos, é testada. Um a um. Depois, eles são mantidos a uma temperatura entre 30 e 40 graus.

Das incubadoras, os ovos são levados para uma esteira que liga duas partes da fábrica: a parte não viral, onde uma máquina pega os 86 ovos de cada uma das bandejas e os leva para a parte viral, onde a produção da vacina começa efetivamente.

Em outra máquina, 86 agulhas perfuraram os ovos ao mesmo tempo e injetam neles um liquido com o vírus chamado Newcastle.

Arte/Reprodução

Este vírus infecta aves, mas não causa doenças em seres humanos e foi modificado geneticamente para produzir a proteína S, que permite a entrada do coronavírus nas células. Ele vai se reproduzir durante dois ou três dias.

Depois, a máquina corta o topo da casca, o líquido que está ali dentro é filtrado e purificado, o vírus passa por um processo de inativação para não ser capaz de provocar a doença, e então o IFA está pronto.

O processo é muito parecido com o da fabricação da vacina da gripe, que o Butantan já produz há 10 anos.

"Da chegada do ovo até a finalização do lote, a gente tem 11 dias de processo produtivo. Nós estamos no oitavo lote da ButanVac, temos mais alguns lotes para serem realizados. Mas a expectativa é que cada lote fique em torno de uma milhão de doses", afirma Douglas Gonçalves Macedo, gerente de produção do instituto.

Quase dois meses depois do anúncio da vacina, o Butantan ainda precisa cumprir algumas exigências da Anvisa. O diretor médico de pesquisa clínica do instituto, Ricardo Palacios, diz que a troca de experiência entre os técnicos do Butantan e da Anvisa tem aperfeiçoado a proposta de estudo da ButanVac.

Foto/Reprodução

Ricardo Palacios não dá um prazo para apresentar todos os documentos, mas diz que o instituto está otimista com a nova vacina e que a produção de matéria-prima para quase 8 milhões de doses antes mesmo da autorização dos testes é uma prova da confiança deles na vacina.

O diretor médico de pesquisa clínica do instituto Butantan, Ricardo Palacios, declara ainda: "É realmente uma expectativa muito favorável que a gente tem, fundamentada em dados que foram feitos com animais de experimentação, que nos indicam que é realmente uma vacina muito promissora". 

"Acho que uma das grandes perguntas em termos de pesquisa e das interrogantes é relacionada às variantes. Incorporamos isso no desenvolvimento clínico, que poderá avaliar a resposta da vacina nas variantes de tal forma que essa vacina consiga responder a todas as necessidades eventuais na população em termos de uma boa resposta imune", acredita o diretor médico de pesquisa clínica do instituto Butantan. 

Por: Valdeir Simão/Diário X com informações do Jornal Hoje

 
  • Ovos são testados, um por um. Foto: Jornal Hoje
  • Ovos já são usados na fabricação da vacina da gripe. Foto: Jornal Hoje
  • Parte viral da fábrica de IFA. Foto: Jornal Hoje
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