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Brasil

Mãe de gêmeo que morreu com Covid-19 luta pela recuperação do bebê que sobreviveu

8 AGO 2020Por Redação19h:11

João Marcelo tem três meses de vida, pesa 1.900 gramas e ainda está aprendendo a mamar. Marcelinho, como a família o chama, tinha um irmão gêmeo, Benjamin. Os dois nasceram prematuros, depois que a mãe, Carla Vitória, diagnosticada com Covid-19, teve complicações na gestação. Os bebês também tiveram Covid-19, mas um deles não resistiu.

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A morte tão inesperada engrossa as estatísticas das milhares de vítimas da pandemia. A família se apega à luta pela sobrevivência de Marcelinho para atenuar a dor da perda do Benjamin, que tinha nascido há apenas dois dias quando faleceu, no início de maio.

Carla vê Marcelinho como um guerreiro. Ela imagina a vida diferente, se não fosse a pandemia do novo coronavírus, e que talvez não tivesse precisado dar à luz os filhos com apenas 28 semanas de gestação.

"Se não tivesse a doença, as coisas seriam bem diferentes, eu não teria sofrido tanto na gestação. Mas trouxe uma grande lição para a minha vida, me ensinou a valorizar minha família, me ensinou a importância de um abraço, de um ombro amigo e que independentemente de qualquer coisa, a família é o nosso bem mais precioso", disse.

Questionada sobre o que mais seria diferente sem a Covid-19, ela falou da possibilidade de o filho Benjamin estar vivo. "Não posso afirmar que sim, porque ninguém entende o trabalhar de Deus, mas o Benjamim era o bebê maior na barriga".

A mãe fica com ele o tempo inteiro no hospital, 24 horas por dia. Depois de um longo tempo nos cuidados intensivos, João Marcelo passou para a Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais Canguru (Ucinca), mais conhecida como enfermaria Mãe Canguru, do Hospital Universitário.

Mesmo longe de casa, Carla acompanha pela internet o quarto do filho sendo decorado pelos parentes, à espera da alta médica. Um dos bichinhos desenhados pela família na parede é o leão, que hoje representa a força de Marcelinho na luta pela vida.

"Ele é um guerreirinho. Nasceu com 600 g, com Covid-19, várias infecções, sopro no coração e outras doenças pulmonares. Ele ficou com problema no pulmão, porque nasceu quase sem pulmão. E hoje ele está aqui, ele é um milagre", disse a mãe, orgulhosa.

Mas para receber alta, ele ainda precisa enfrentar mais um desafio. "O que eu mais desejo é levar ele pra casa, só falta ele aprender a mamar", explicou Carla, que aos 21 anos viu sua família ser atingida em cheio pela Covid-19.

Fonte: G1 AL - Roberta Batista

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