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Com intensa imigração de índios venezuelanos, Manaus decreta situação de emergência

10 MAI 2017Por Valdeir Simão e Youssef Nimer09h:07

Prefeitura de Manaus decretou situação de emergencial social devido ao intenso processo de imigração dos indígenas da etnia Warao da Venezuela para capital amazonense. Grupos estão acampados em viaduto e na Rodoviária de Manaus. A crise econômica e a falta de alimentos na Venezuela fizeram com que indígenas nativos deixassem o país. Mais de 400 índios venezuelanos estão na capital do Amazonas. O decreto foi publicado no dia 4 de maio.

Os indígenas estão acampados em área pública, submetidos à situação de risco pessoal e social, em especial crianças, adolescentes e idosos, de acordo com a Prefeitura de Manaus.

A prefeitura determinou que a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Direitos Humanos (Semmasdh) ficará em alerta máximo, e deverá priorizar ações emergenciais humanitárias no Município de Manaus.

“Ficam dispensados de licitação os contratos de aquisição de bens e serviços necessários à execução do Plano de Ação Intersetorial para atender aos indígenas da etnia Warao no Município de Manaus”, estabelece o decreto assinado pelo prefeito Arthur Neto.

Manaus decreta emergência e aguarda recursos para ajudar imigrantes venezuelanos

Imigração

Em busca de sobrevivência, os índios começaram a migrar para Manaus desde o início deste ano. Adultos, idosos e crianças se abrigaram na Rodoviária de Manaus e debaixo de um viaduto na Zona Centro-Sul. A presença dos imigrantes gerou a abertura de um inquérito civil pelo Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM). O objetivo da ação é acompanhar medidas de apoio aos indígenas Warao. O MPF solicitou informações de órgãos públicos ligados à assistência social, direitos humanos e indígenas sobre as medidas adotadas para garantir o atendimento humanitário aos refugiados.

Após reuniões com vários órgãos, ficou definido que seriam disponibilizados ônibus para levar os imigrantes de volta ao país de origem no dia 2 de abril. A Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) iria disponibilizar dois ônibus para levar os venezuelanos, mas a viagem foi adiada. Um plano de ação é montado pelo governo e prefeitura.

Venezuelanos estão acampados em barracas em baixo de viaduto na Zona Centro-Sul de Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM) Venezuelanos estão acampados em barracas em baixo de viaduto na Zona Centro-Sul de Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)

Venezuelanos estão acampados em barracas em baixo de viaduto na Zona Centro-Sul de Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)

Inicialmente, os venezuelanos ficaram alojados na Rodoviária de Manaus. Aos poucos eles foram para as ruas e cortiços no Centro e no bairro Educandos, Zona Sul. Um grupo de aproximadamente 50 indígenas - cerca de 20 crianças entre eles - acampou em barracas debaixo do Viaduto de Flores, na Zona Centro-Sul, desde início de abril.

A Cáritas Arquidiocesana, que tem acompanhado e auxiliado um grupo de indígenas venezuelanos juntamente com a Pastoral do Migrante, concederá entrevista coletiva para falar sobre a real situação dos índios que migraram para Manaus em busca de sobrevivência nesta terça-feira (9).

Pedidos de refúgio seguem crescendo

O agravamento da crise econômica, a repressão e o aumento da violência na Venezuela têm feito com que um número cada vez maior de pessoas deixem o país. O Panamá, o Equador e o Chile têm sido principal destino, mas o Brasil também está entre os países procurados. O número de pedidos de refúgios deste ano é mais do que o dobro do que o registrado no ano passado, segundo dados do Ministério da Justiça.

De acordo com o levantamento, de janeiro até a primeira semana de maio (02/05) deste ano foram registradas 8.231 solicitações. Somente entre o final de março e o início de maio de 2017 foram 5.436. Durante todo o ano de 2016 foram 3.375 pedidos.

No dia 31 de março começou uma nova onda de protestos contra o presidente Nicolás Maduro, e incidentes violentos como confrontos entre manifestantes e forças de segurança, tiroteios e saques se intensificaram. De acordo com o Ministério Público venezuelano, 35 pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas nesse período.

Fonte: G1

 

M9

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