CENARIO
Logo Diario X
Aqui tem a Verdadeira Notícia
27 de julho de 2024
Coxim
24ºC

Artigo

"WhatsApp: a conversa além da porta da escola"

Talita Martins é mestre pela UFMS em Saúde, Educação e Desenvolvimento

2 MAI 2018Por Redação/TR17h:03

Vivi em uma época em que pais – muitas vezes só as mães – tratavam de assuntos corriqueiros da rotina das crianças na porta da escola, antes da saída, ou somente quando eram convidados a ir até ela, por situações particulares ou em reuniões de pais. Hoje, essa troca de informações ganhou mais tempo, mais meios, mais velocidade, mais provas e mais gente opinando.

Não adianta fugir: nem alunos, nem pais, nem escola. O WhatsApp está na vida de todos. Os grupos se proliferam e ficam mais fortes e os seus membros mais íntimos com o passar dos anos. Mas, como tudo que é novo, é bom que aprendamos a lidar melhor com a informação na era da tecnologia.

Primeiro, a lição para as escolas: não adianta proibir. A tecnologia é o meio de comunicação que está aí para todos dela usufruírem. A instituição pode orientar e esclarecer que apoia o diálogo e a troca entre os pais. No entanto, deve exercer um papel ativo quanto à preservação da privacidade dos alunos, educadores e familiares. Aos pais é importante dizer que alguns assuntos, como a rotina do estudante, problemas de relacionamento e tantos outros, devem ser divididos primeiramente com a escola. E talvez apenas com ela.

Não é raro ocorrer de problemas – dos mais corriqueiros, como algo sobre o lanche ou com um colega, aos mais complexos – serem primeiro discutidos, opinados e, muitas vezes, destemperados no grupo de WhatsApp. Só depois de alguns dias, ele vai para a coordenação ou orientação educacional. Muitas vezes, nem vai. A instituição de ensino poderia ter resolvido o imbróglio no mesmo dia em que aconteceu. Sem polêmica, sem alarde e de maneira favorável a todos.

Vale destacar que as palavras escritas sempre estarão expostas a interpretações equivocadas. Sem contar que o tempo de processamento de um acontecimento que vai parar nos grupos é quase imediato.

Antes de compartilhar e espalhar interpretações coletadas de um acontecido, muitas vezes equivocadas e até desrespeitosas, que tal bater um papo com a instituição de ensino? O objetivo é tirar dúvidas e esclarecer o fato com quem deve ser feito. Da mesma maneira, as recomendações, sugestões e críticas devem ser compartilhadas diretamente com a escola, por meio de uma conversa franca e sincera entre as partes. O assunto é o seu filho ou o filho do outro – quer tema mais importante do que esse?

As divergências de opiniões são esperadas, afinal, somos seres humanos singulares. Ao escolher a escola de seu filho ou de sua filha, procure conhecer, além da estrutura física e dos materiais pedagógicos, a missão e os princípios dela. Esses devem estar próximos dos anseios e das necessidades familiares. O diálogo e a parceria devem caminhar juntos para o sucesso dessa nobre relação. A escola é do meu filho, mas a escolha é nossa.

Fonte: Correio do Estado

M9

Leia Também