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TRIBUNAL

Polícia

Palco de escândalo sexual, prédio abandonado ainda causa transtorno

Congresso do Bulimento era realizado em construção ao lado de escola

23 OUT 2017Por Youssef Nimer12h:56

O prédio abandonado do que seria a Associação de Moradores do Bairro Iracy Coelho, em Campo Grande, ainda causa transtorno para quem mora na região. O local que deveria servir de lazer e resolução dos problemas se tornou em um ponto de drogas, prostituição e morada para quem vive na rua. Além de ser usado por alunos da Escola Estadual Zélia Quevedo Chaves para "matar" aula.

Há seis anos a estrutura de concreto foi palco de escândalo sexual envolvendo adolescentes da escola que faziam parte do “Congresso do Bulimento”. Em 2011, a mãe de uma menina, de 12 anos, denunciou à polícia que a filha frequentava o local e a casa de um adolescente de 16 anos. Os endereços serviam como ponto de encontro de menores para orgias, consumo de álcool e maconha.

Mesmo com a situação de risco que oferece aos alunos, o prédio que fica na Rua Gaudiley Brown e é vizinho a escola, não tem muro ou qualquer barreira que impeça o acesso. Os moradores do bairro não lembram quando a unidade foi desativada, mas afirmam que sempre tem alunos usando o prédio para faltar aula.

 “Fica aluno, tem usuário de drogas. A noite é perigoso passar porque é escuro e fica umas pessoas alí dentro. A associação era ativa, mas não sei porque parou. Agora jogam lixo, colocam fogo. Os alunos ficam alí sentados, não sei fazendo o que. Tinha um homem que ficava atrás dos alunos, mas sumiu”, disse o empresário que trabalha há 20 anos no bairro, Cláudio Shiroyama, de 50 anos.

Dentro do prédio há diversas garrafas de bebida alcoólica, muita sujeira, fuligem e lixo queimado, além do odor. Restos de marmitas e muitas pichações também são características, além do forte odor no interior da estrutura.

Morando no bairro há dois anos, Lenilson Soares Lima, de 40 anos, tem uma filha que estuda na escola ao lado do prédio abandonado. Ele afirma que não deixa a menina frequentar o local. “É da casa para a escola e da escola para a casa. Não deixo ficar alí. Antes, sempre tinha polícia batendo ponto aqui e pegava usuário de drogas, agora deu uma parada. Virou ponto de prostituição”, reclama.

Revitalização

A secretaria da associação de moradores, Maria Cristina Santos Porto Belchior, disse que a nova administração está regularizando a documentação do prédio para pedir a Prefeitura Municipal de Campo Grande o apoio no projeto de revitalização do local.

“Está há anos abandonado. É perigoso ficar alí. Como eu moro aqui na frente, mando os alunos saírem. Estamos tentando viabilizar para revitalizar e retomar o espaço. Fazer uma área de lazer, reformar o prédio”, destacou.

Escola

O diretor da Escola Estadual Zélia Quevedo Chaves, Márcio José de Souza e Silva, disse que trabalha na instituição desde 2005 e, quando chegou, a estrutura já estava desativada. Ele nega que alunos usem o espaço para matar aula, mas enquanto a equipe fazia a reportagem com vizinhos, um adolescente saiu pelo portão da garagem dos professores e ficou sentado na área abandonada.

“A questão do Congresso do Bulimento foi investigada pela polícia e na escola foram feitas palestras de educação sexual e acompanhamento com pais. Esse tipo de situação não acontece mais, porém, até o meio do ano estávamos com problema de drogas. O poder público tinha que fazer algo para melhorar esse lugar”, cobrou, se referindo ao prédio abandonado.

Ainda de acordo com o diretor, ele sempre pede aos pais das crianças e dos adolescentes para evitar que os filhos frequentem o ambiente. Márcio afirma que a escola tem 1.064 alunos matriculados e funciona nos três períodos.

“Eu peço para eles não ficarem aqui, mas não tenho poder fora da escola. Fazemos um trabalho de conscientização dos pais. Aqui já foi até promessa de ex-governador e ex-prefeito. Quando inauguraram a quadra da escola em 2009 disseram que iam revitalizar, mas já trocou e até agora nada”, destacou.

Município

A Prefeitura Municipal de Campo Grande informou, por meio de nota, que a diretoria da Associação de Moradores do Bairro Iracy Coelho está levantando a documentação necessária junto da prefeitura e associação, para que seja regularizada a permissão de uso da área por parte da associação em questão.

A administração municipal não respondeu se tem um projeto do Executivo para revitalizar o local, nem se o terreno pertence a eles.

Fonte: Correio do Estado

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