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Polícia

Não há lei que acabe com o risco do cerol e da linha chilena pelas ruas

Nos bairros, grupos exibem sem receio pipas "turbinadas"e brincadeira perigosa corre solta bem na frente dos pais

22 JUL 2018Por Redação/TR20h:02

Soltar pipa permanece como clássico nos bairros durante as férias em Campo Grande. As ruas, vielas e campinhos são tomados pela criançada correndo na rua, sem chinelo, para tentar erguer o “papagaio” feito a mão com folha de seda e varetas de bamboo bem aparadas. Porém, a brincadeira insiste em versões cada vez mais perigosas e bem na frente dos pais, sem qualquer advertência.

Como tudo evolui, falar em cerol hoje com quem empina pipa é a mesma coisa de dizer que se joga vídeo game com um Atari. Agora a onda é a linha chilena. Mais resistente e cortante, leva até resíduos de ferro na composição. Basta observar um dia de brincadeira, aparentemente inofensiva, para  perceber que não há campanha educativa ou ferimento grave que sensibilize contra o risco de morte que significa o uso desse tipo de material.

A linha já vem pronta e a própria molecada admite: é letal. Com ela, cortar a linha de outras pipas fica moleza, assim como o risco ao pescoço de alguém. Andando pela periferia, encontramos os carretéis "turbinados" nas mãos de 10 crianças e adolescentes nas imediações do bairro Danúbio Azul. Um rapaz de 18 anos diz que também investe no recurso, que pode ser comprado até pela internet.

Pelas ruas, vira e mexe alguém grita para outro ir atrás do “papagaio” que acabou de ser cortado. Ao lado do mais velho da turma, outros quatro meninos com idade entre 10 e 14 anos sabem que a linha em mãos é perigosa e proibida. Em defesa, eles dizem “que e só para brincar tio, ninguém aqui quer machucar ninguém não”.

O assunto causa certa agitação no grupo que já se aglomerava para defender o uso da linha chilena. Na porta das casinhas de Cohab, os pais que estão sentados em frente as casas parecem não se importar muito com o que acontece, já que permanecem imóveis em meio as disputadas nos céus com as linhas afiadas como faca.

“Eu uso um pedaço só perto da armação tio, aí não machuca ninguém”, continuar a defender o mais velho da turma.

O mais novo do grupo, de 10 anos, diz que não é nada complicado encontrar o material. “Tem um tio perto do campinho que vende para nos. Tem de R$ 10, R$ 15 e R$ 20. Depende do tamanho. A! E tem de várias cores também”, dispara.

E a brincadeira continua. Dispersos, agora a atenção da garotada volta para os céus, ansiosos pela próxima disputa que vai render outra pipa para buscar.

Quem fiscaliza?

No final do ano passado foi aprovada lei estadual que proíbe e venda e utilização das chamadas "linhas chilenas", que é considerada quatro vezes mais forte que cerol.

A intenção é evitar acidentes graves com ciclistas, pedestres e motociclistas que podem ser atingidos pro este material, usado nas pipas. A proibição já existe por lei municipal em Campo Grande.

No entanto, conforme a Guarda Municipal no período de férias deste ano (junho e julho) não há registros de apreensões ou operações de linhas com cerol ou chilenas na Capital. Além disso, nenhuma operação contra a infração foi desencadeada pela instituição.

Conforme as delegadas Débora Mazzola, da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) e Marília de Brito da Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) nenhuma ação recente contra cerol ou linha chilena foi desencadeada. Porém, a conduta do homem citado pelas crianças no bairro pode ser investigada.

Fonte: Campo Grande News - Guilherme Henri

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