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Valdir Silva

Coluna

Pare e Repare

18 SET 2017Por Valdir Silva12h:44

Na Índia, em que a sociedade é dividida em castas, os grupos representam as divisões do corpo de uma importante divindade daquela cultura. Num extremo dessa divisão estão os dálitis, os impuros advindos da poeira dos pés da deusa e, no outro, os marajás - casta que vive em grande abastança.

Dada às condições do grande privilégio econômico/financeiro os marajás não trabalham. Essa condição de ócio rendeu, no Brasil, a comparação com àquelas pessoas que estão no funcionalismo público, recebendo graciosamente, mas NÃO trabalham.

Não cumprem nenhum expediente, não são vistos nas repartições públicas, mas constam de uma sigilosa folha de pagamento. Houve um tempo em que certo candidato à Presidência da República se apresentou como "caçador" dessas pessoas. Seu lema de campanha era "caçador de marajás".

Uma vez eleito, o que se viu mais tarde foi extremamente o contrário: os casos de corrupção lhe custaram a cadeira da Presidência levando - o ao impeachment.

O sistema político no Brasil favorece a "formação de marajás". Ao assumir o poder, os políticos agraciam com cargos àqueles que se dispuseram a 'fazer' suas campanhas. Os ministérios e secretarias estão lotadas dessa gente, muitas delas sequer conhecem os locais de lotação em que deveriam cumprir sua função pública.

Os funcionários "ghost" (fantasmas), como no filme, vivem "no outro lado da vida". Enquanto todos trabalham, eles vivem a vida de verdadeiros marajás.

O Brasil não é culturalmente uma sociedade de castas, mas é uma sociedade de "costas".  Os "costas largas" deitam e rolam enquanto sociedade,  judiciário e demais poderes com funções fiscalizatórias dão às costas para o problema.

Você que leu esse texto até o final, conhece algum marajá? Aposto que eles estão mais próximos do que você imagina. Diferentemente do Presidente Temer que propôs o "pare e compare", eu proponho "PARE E REPARE".

Por Valdir Silva