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Laudo aponta morte de bebê por asfixia com leite; polícia descarta homicídio de mãe

19 JAN 2019Por Paulo Ricardo20h:45

A Polícia Civil informou na sexta-feira (18) que o exame de necropsia do Instituto Médico Legal (IML) no corpo do bebê de quatro meses, que morreu na noite de quinta-feira (17) em São Gotardo, no Alto Paranaíba, identificou que a causa da morte foi asfixia por ter aspirado o leite que havia ingerido, descartando homicídio.

A mãe do menino, uma jovem de 24 anos, foi presa ainda na noite de quinta pela Polícia Militar (PM), suspeita de ter participação na morte da criança, uma vez que no mês passado foi registrado um Boletim de Ocorrência (BO) relatando maus-tratos.

O delegado Ricardo Lopes Maximiano de Oliveira, responsável pelo inquérito do caso, disse que como o exame identificou que a causa da morte do bebê foi natural, a jovem, que estava na Delegacia da Polícia Civil de São Gotardo, foi liberada para acompanhar o velório e enterro do filho.

"A situação mudou completamente. O médico legista disse que não foi identificado lesões aparentes no corpo do bebê e nenhuma fratura de membros encontrada. Portanto, não há provas que justifiquem a prisão da mulher e a suspeita de homicídio foi descartada", explicou.

O G1 fez contato por telefone com o IML em Patos de Minas para saber mais sobre o laudo do exame de necropsia. O IML informou que o médico responsável não estava no momento e quem poderia falar sobre o caso seria apenas o delegado Ricardo Lopes.

Prisão da mãe

A jovem foi presa pela PM por suspeita de agredir o filho até a morte. A ocorrência foi registrada por volta das 21h20, em uma casa do Bairro Boa Esperança.

A mãe relatou aos militares que amamentou o filho e o colocou deitado no berço de barriga para baixo. Ela disse ainda que por volta das 20h30, o pai foi verificar o bebê e percebeu que ele já estava morto.

Durante o andamento da ocorrência, os militares contaram que perceberam que a criança apresentava hematomas pelo corpo. A irmã da suspeita contou à PM que ela tem problemas psicológicos e que, após o parto, a situação se agravou.

Ainda na noite de quinta, os policiais acionaram o Conselho Tutelar que confirmou que em dezembro de 2018 já havia sido feito um registro de maus-tratos da mãe contra o bebê, mas que estavam acompanhando o caso.

Diante da situação o bebê foi levado ao IML e a mãe para a Delegacia da Polícia Civil de São Gotardo, onde estava detida até o início da tarde desta sexta.

Reviravolta no caso

Ainda de acordo com o delegado Ricardo Lopes, durante o depoimento a mãe negou as acusações de homicídio.

"Durante todo o depoimento eu a percebi insensível. Não é uma frieza e sim como se ela não estivesse ciente de tudo que estava ocorrendo. Então familiares contaram que ela era uma pessoa depressiva e que fazia tratamento neurológico, foi quando entrei em contato com o médico que a atendia", explicou Ricardo.

Após contato com o médico, o delegado disse que a jovem tem um diagnóstico clínico de síndrome de Machado-Joseph, que não tem cura e geralmente surge na fase adulta. A doença rara atinge o sistema nervoso e a coordenação motora do paciente. A sensação de desequilíbrio é o sintoma mais comum. Quem tem a síndrome também perde a fala e tem a visão prejudicada.

"Como ainda é um diagnóstico clínico vou solicitar uma perícia psicológica da jovem em Belo Horizonte. Ela também é mãe de uma menina de oito anos e tudo tem que ser bem tratado", disse.

Inquérito

Ainda conforme a Polícia Civil, o inquérito ainda irá apurar sobre as agressões denunciadas no BO em dezembro de 2018 e não há prazo para ser encerrado.

"Esse boletim de ocorrência diz que a mãe deixou o filho cair por algumas vezes do berço. Ou seja, ao retirar a criança do local onde dormia a jovem deixava o bebê cair no chão, o que causou algumas lesões. O caso ainda não foi encerrado e isso será investigado, mas como o homicídio foi descartado pelo exame de necropsia será apurado essas denúncias de agressão", concluiu o delegado.

Fonte: G1 Triângulo Mineiro - Bárbara Almeida

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