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Idosa fica sobre a montanha de lixo que acumulou para evitar que a prefeitura limpe o local

26 JUL 2020 • POR Redação • 13h34
Idosa fica sobre a montanha de lixo que acumulou para evitar que a prefeitura limpe o local, em Goiânia, Goiás - Foto: TV Anhanguera / Reprodução

Uma idosa escalou e ficou sobre uma montanha de lixo para evitar que a prefeitura de Goiânia faça a limpeza do local, que fica na 3ª Radial, no Setor Pedro Ludovico. Os moradores do imóvel - mãe e filho idosos - já foram autuados seis vezes para limpar o imóvel que acumula recicláveis e inservíveis desde 2012.

Uma decisão judicial autoriza a retirada de lixo de qualquer imóvel da capital que apresente riscos de proliferação do mosquisto Aedes aegypti

A limpeza começou a ser feita na manhã de quinta-feira (23). A ação conta com equipes da Diretoria de Vigilância em Zoonoses, Comurg, Guarda Civil Metropolitana, Samu e a equipe psicossocial do Distrito Sanitário Sul.

Segundo a prefeitura de Goiânia, mesmo com as autuações, os moradores do imóvel não limpavam o local, nem permitiam que os recicláveis e inservíveis fossem retirados. Foram oferecidos tratamentos para que a família se desapegasse do material que acumulava, mas eles não aceitaram. Por isso, a retirada foi compulsória.

O coordenador de fiscalização da diretoria de Vigilância em Zoonoses, Jadson Moreira, disse que o local oferecia risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, que pode gerar doenças como a dengue, zika e chikungunya. Além disso, segundo Moreira, há risco de incêndios por conta dos materiais inflamáveis.

"Já retiramos oito caminhões de lixo e não chegamos nem na metade, esse trabalho deve durar três dias, é uma ação grande. Todas as medidas administrativas foram feitas e até uma intimação com prazo de 10 dias, mas os proprietários não limparam o imóvel. Eles apresentaram resistência quando chegamos mas estão sendo acolhidos pela equipe psicossocial do Distrito Sanitário Sul", disse Jadson.

Reclamação de comerciantes

Os comerciantes da 3ª Radial reclamam que o lixo acumulado invade a calçada e gera transtornos, como mau cheiro, presença de insetos e larvas, além de uma enorme poluição visual. Segundo eles, os proprietários do imóvel precisam escalar a "montanha" de resíduos para entrar e sair da casa.

Um dos comerciantes, que tem um estabelecimento em frente ao lixão, disse que a situação do lixo acumulado é antiga. “Moro aqui há 15 anos e desde quando cheguei é assim. Tem muita gente que já tentou tirar o lixo daí e nunca conseguiu”, contou.

Decisão

A decisão foi proposta pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) como Ação Civil Pública, com pedido de tutela provisória de urgência antecipada.

O juiz Carlos Magno Rocha da Silva autorizou em caráter geral a entrada de agentes e seus auxiliares da Secretaria Municipal de Saúde nos imóveis de Goiânia, em que os proprietários se recusem a promover a limpeza e a retirada de materiais caso a situação favoreçam a disseminação do Aedes aegypti.

Fonte: G1 GO - Vanessa Chaves