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Crianças 'matam' aula para protestar pelo clima na Austrália

Cerca de 15 mil estudantes foram às ruas na sexta para exigir políticas de proteção ambiental. As manifestações acontecem em ao menos 30 cidades do país.

4 DEZ 2018Por Redação/TR13h:14

Cerca de 15 mil estudantes deixaram as salas de aula na sexta-feira (30) na Austrália para se manifestar e cobrar ações contra as mudanças climáticas, de acordo com a CNN.

As manifestações acontecem em ao menos 30 cidades do país, entre elas Melbourne, Brisbane e Perth.

Os estudantes carregam cartazes com frases como "procrastinar é nosso trabalho, não o de vocês" e "eu vi gabinetes mais inteligentes na Ikea".

Durante as preparações para os protestos, o primeiro-ministro australiano Scott Morrison chegou a dizer ao Parlamento que "o que queremos nas escolas é mais aprendizagem e menos ativismo".

A manifestação foi organizada por dois alunos do estado de Victoria, inspirada na ativista sueca Greta Thunberg, de 15 anos que começou sozinha, uma manifestação em frente ao parlamento da Suécia em agosto deste ano e, no mês seguinte, já mobilizava dezenas de pessoas.

Harriet O'Shea Carre e Milou Albrecht, ambos com 14 anos, escreveram um apelo pedindo a colegas de escola que se juntassem a eles em protesto, afirmando: "Só ir à escola não está fazendo nada sobre mudança climática. E não parece que nossos políticos estão fazendo qualquer coisa, ou pelo menos não o suficiente. "

Na quinta (29), Thunberg twittou seu apoio às crianças australianas: "Hora de dormir na Suécia. Mas na Austrália já é de manhã... estou forte na Austrália. Estamos com você".

De acordo com a imprensa australiano, grupos ambientalistas e pais apoiaram os protestos.

"Acordo todas as manhãs em um estado que está 100% com a seca declarada", disse à CNN Ruby Walker, de 17 anos, uma aluna manifestante do estado de New South Wales.

"Vi nosso governo adotar políticas para proteger o futuro da minha geração. Vi o fracasso em investir em soluções que nos protegeriam e a incapacidade de prevenir e se preparar contra a crise climática. Basta", acrescentou ela em um comunicado da "School Strike 4 Climate" (Greve das Escolas pelo Clima, em tradução livre).

Alunos pelas políticas públicas

Jean Hinchcliffe, um aluno que falou no comício em Sidney, disse: "Scott Morrison [primeiro-ministro] disse que isso deve ser tratado fora da escola, mas não está sendo tratado e é por isso que estamos agindo".

"Os estudantes estão ansiosos por mais, porque a revolução estudantil está bem encaminhada", acrescentou o jovem de 14 anos em um comunicado.

Na sexta-feira, o ministro dos recursos, Matt Canavan, disse preferir que os estudantes aprendam sobre mineração e ciência ao invés de protestar.

"Esse é o tipo de coisa que estimula as e deve ser ótimo para a nação", disse ele à rádio 2GB. "A melhor coisa que você aprenderá sobre ir a um protesto é como entrar na fila de espera."

Exploração de mina de carvão aprovada

As crianças também estão protestando contra a possibilidade de que a mina de carvão Carmichael, um empreendimento controverso em Queensland, ganhe as aprovações regulatórias para a exploração começar.

Para os manifestantes, o empreendimento traça uma "sentença de morte" para a Grande Barreira Corais da Austrália devido aos altos níveis de poluição por carbono que o carvão produz.

Grandes partes do recife já foram destruídas pelo aumento das temperaturas oceânicas ligadas ao aquecimento global.

O conglomerado indiano Adani Group, responsável pela exploração, anunciou nesta quinta que o projeto seria "100% financiado" através de recursos próprios, eliminando a necessidade de depender de financiamento do governo.

"Vamos agora entregar os empregos e oportunidades de negócios que prometemos para North Queensland e Central Queensland, tudo isso sem exigir um centavo dos dólares dos contribuintes australianos", disse a empresa.

Nesta sexta, milhares de crianças em idade escolar cantaram "parem Adani, parem, parem com Adani", nas manifestações de Sidney.

O protesto dos estudantes ganhou força nesta semana com a divulgação de vários relatórios que alertaram para as graves consequências da mudança climática e para o fracasso coletivo mundial em cumprir as metas estabelecidas pelo Acordo Climático de Paris em 2015.

Um relatório do governo dos EUA divulgado na última sexta (23) alertou que a mudança climática pode custar às economias dos EUA centenas de bilhões de dólares até o final do século.

Outro, compilado por pesquisadores de 27 instituições globais, previu que as ondas de calor poderiam reduzir o fornecimento de alimentos e ajudar na disseminação de doenças como a dengue e a cólera.

Por G1

 

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