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Ataque com faca em igreja deixa pelo menos três mortos

Autoridades investigam o caso como um “homicídio terrorista” e prefeito local fala em “islamofascismo”. Também foram registrados atentados contra franceses em Avignon e na Arábia Saudita

30 OUT 2020Por Redação/TR12h:21

O terrorismo voltou a golpear a França. Pelo menos três pessoas morreram em um atentado brutal cometido com uma faca na manhã de quinta-feira (29/10) numa igreja no centro de Nice, na região sudeste do país. O agressor foi detido e, segundo autoridades locais, assumiu o ataque como um ato islâmico.

Promotores encarregados do combate ao terrorismo abriram uma investigação contra ele por “homicídio e tentativa de homicídio relacionado a ato terrorista” e “associação terrorista”. Também foram registrados ataques a alvos franceses na cidade de Avignon e na Arábia Saudita, que não deixaram vítimas ainda não está claro se esses incidentes possuem relação com o de Nice.

O presidente Emmanuel Macron participou de uma reunião de crise convocada rapidamente no Ministério do Interior e deve embarcar ainda nesta manhã para Nice, segundo informou o palácio do Eliseu, sede da Presidência. O primeiro-ministro Jean Castex descreveu o ataque em Nice como “ignóbil” e elevou o alerta terrorista no país ao seu nível mais alto. “Este ataque tão covarde quanto bárbaro deixa todo o país de luto”, disse Castex em um breve discurso à Assembleia Nacional.

O prefeito de Nice, o conservador Christian Estrosi, denunciou o ataque na cidade como um ato de “islamofascismo” e afirmou que o suposto agressor, que está sendo atendido num hospital após ser baleado por policiais que chegaram ao local logo depois do atentado, assumiu a motivação religiosa do seu ato. “Nice, como a França, está hoje pagando um tributo muito pesado ao ser vítima mais uma vez do islamofascismo (…). O autor dos atos não parou de repetir em looping diante de nós ‘Allahu akbar’ [Deus é grande] quando era atendido por médicos no local dos fatos”, declarou Estrosi.

Outros ataques também foram registrados em diferentes lugares: a Embaixada da França na Arábia Saudita confirmou o esfaqueamento de um vigilante, que foi ferido, em seu consulado em Jeddah, segunda maior cidade do país. De acordo com vários meios de comunicação franceses, um homem também foi morto pela polícia em Avignon quando ameaçou policiais com uma faca. De acordo com a estação de rádio Europe1, ele se lançou sobre eles, também gritando Allahu akbar.

Os ataques ocorrem em um momento sensível na história da França. Há menos de duas semanas houve a morte de Samuel Paty, o professor de História decapitado nos subúrbios de Paris por ter mostrado, numa aula sobre a liberdade de expressão, caricaturas de Maomé publicadas pela revista satírica Charlie Hebdo e que motivaram o atentado contra o semanário em janeiro de 2015. A morte de Paty gerou uma onda de protestos no país, com milhares de pessoas marchando em memória do professor. Além disso, nesta semana, a tensão aumentou consideravelmente devido aos protestos em vários países muçulmanos contra a firme defesa da França ao direito de exibir caricaturas do profeta ou outros símbolos religiosos.

Brutalidade

O ataque desta quinta-feira ocorreu por volta de 9h (5h em Brasília) na igreja de Notre Dame, no centro de Nice. As vítimas são dois homens e uma mulher. Dois deles morreram dentro da igreja, enquanto um terceiro, que conseguiu fugir do templo e se refugiar em um bar próximo, morreu pouco depois de ferimentos. Pelo menos uma das vítimas teria sido degolada ou mesmo decapitada, de acordo com vários meios de comunicação, citando fontes oficiais. O prefeito da cidade não quis confirmar explicitamente esse ponto, embora tenha dito que eles foram assassinados "de forma horrível. Também haveria diversos outros feridos.

Nice é uma cidade que conhece bem a ameaça terrorista: em 14 de julho de 2016, 86 pessoas morreram ali quando um extremista atropelou com um caminhão a multidão que comemorava a data nacional da França. A Assembleia Nacional, que debatia a entrada em vigor nesta noite do novo confinamento nacional como consequência da expansão da pandemia da covid-19, guardou um minuto de silêncio por este novo ataque que ocorre quando a França ainda não se recuperou do atentado contra Paty.

Mais violência

Pouco depois do ataque em Nice, a Embaixada da França na Arábia Saudita confirmou o ataque ao seu consulado em um comunicado. Conforme explicado pela legação diplomática, o agressor foi detido pelas forças de segurança sauditas “imediatamente após o ataque”, cuja vítima, um funcionário vigilante de uma empresa de segurança, está sendo tratada em um hospital, mas não corre perigo. «A Embaixada da França condena veementemente este ataque contra um edifício diplomático que não se justifica de forma alguma (...) Apelamos aos nossos compatriotas para que mantenham a máxima vigilância», acrescentou o comunicado.

Ainda pouco se sabe na época do suposto ataque em Avignon. A mídia local confirmou que a polícia matou um homem que se atirou contra alguns policiais com uma faca, por volta das 11 horas da manhã, embora no momento apenas a estação Europe1 afirme que houve gritos religiosos quando o agressor foi morto.

Por: Silvia Ayuso – El País

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