Mato Grosso do Sul é o primeiro estado a atingir imunidade coletiva contra Covid-19

Mato Grosso do Sul alcançou 70,37% da população adulta totalmente vacinada contra a Covid-19 neste sábado (18). É o primeiro estado brasileiro a atingir a marca, número almejado pela Saúde Pública desde o início da Campanha de Vacinação.

Somente com a primeira dose, são 93,81% da população adulta vacinada. Os dados estão no portal Mais Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Ainda não há consenso entre os pesquisadores sobre a imunidade coletiva, termo usado para definir o cálculo que determina o percentual da população que deve estar protegida para frear o contágio por um vírus ou bactéria, interrompendo a cadeia de transmissão.

Contudo, o objetivo de atingir 70% da população vacinável totalmente imunizada vem sendo anunciada pelo secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende ao longo dos últimos nove meses.

Sexta-feira (17), durante coletiva de imprensa, o secretário chegou a se emocionar ao declarar que a marca seria atingida neste fim de semana, que segundo ele, é um "marco histórico".

"Com certeza vamos ultrapassar os 70% de imunizados com as duas doses ou dose única, e mais de 95% com uma dose de vacina", disse. "Me emociono porque eu luto pela vida".

A reportagem tentou entrar em contato com Resende neste sábado, que não atendeu as ligações.

Mato Grosso do Sul é o primeiro estado do país no ranking de aplicação da primeira dose e segunda dose, de acordo com dados do vacinômetro disponibilizado pelo Ministério da Saúde.

A infectologista Mariana Croda explicou anteriormente ao Correio do Estado que alguns estudos dizem que, para atingir a imunidade coletiva, é necessário que 70% da população tenha tomado a vacina, mas que isso depende das variantes.

Ou seja, a variante mais transmissível precisa de mais pessoas vacinadas. O percentual varia de 70% a 90%.

Vacinação em adolescentes

O Ministério da Saúde recomendou a suspensão da imunização em adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades. Contudo, Mato Grosso do Sul já anunciou que vai dar continuidade no processo vacinal.

"Vai continuar. [A suspensão] não encontra respaldo em nenhuma sociedade, seja brasileira de Pediatria, Infectologia, de imunizações, de alguma área da saúde que tem como escopo o enfrentamento de doenças não só virais, as infecciosas, não existe ninguém que está acreditando nessa medida", disse Resende na sexta-feira.

Ele acrescentou que mais de 60% dos adolescentes do Estado já foram vacinados com uma dose e não foi registrado nenhum efeito adverso ou reações graves.

Correio do Estado MS - Gabrielle Tavares