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Estado MS

Juiz mantém livre o ginecologista denunciado por pacientes, ele também trabalha para a polícia como perito médico legista em Corumbá

20 JUL 2019Por Redação01h:48

Titular da 2ª Vara Criminal de Corumbá, o juiz Deyvis Ecco rejeitou na sexta-feira (19) o pedido de prisão do médico Ricardo da Fonseca Chauvet, de 57 anos, suspeito de cobrar por cirurgias feitas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e também de abusar sexualmente de pacientes. Até agora, segundo a reportagem apurou, três pacientes já denunciaram o médico ao Ministério Público Estadual.

Responsável pelo pedido de prisão, o promotor Luciano Conte, informou ao Campo Grande News que havia dois fundamentos para o pedido de prisão. Primeiro, a “garantia da ordem pública, tendo em vista a reiteração delitiva, já que várias vítimas apareceram relatando sobre cobrança de procedimentos do SUS”. Além disso, pontua, as condutas são graves. “Ele quebrou a confiança depositada pela sociedade e pelas vítimas que procuram tratamento em situação de fragilidade e vulneráveis”, afirma Conte.

Ao explicar o segundo argumento do pedido de prisão, o promotor falou sobre a conveniência da prisão de Chauvet para a instrução criminal. “Uma das vítimas relatou que não conseguiu sequer registrar o boletim de ocorrência e depois descobriu que o médico era legista e trabalhava para a polícia”. De fato, o médico atua como perito legista. “Assim, há risco para a investigação por ser ele ligado à polícia e o medo que as vítimas têm de procurar a justiça”, entende o membro do MP-MS.

O magistrado, porém, pensa diferente e negou o pedido de prisão na tarde de sexta-feira. A reportagem não teve acesso ao conteúdo da decisão porque o processo corre em sigilo.

Diante da negativa do juiz, o promotor informou que vai recorrer ao Tribunal de Justiça.

Entenda o caso

Desde segunda-feira (15), Ricardo Chauvet parou de atender pacientes do Centro de Saúde da Mulher de Corumbá, um dos lugares onde atuava. Ginecologista, ele é suspeito cobrar R$ 1 mil para retirar um pólipo do útero de uma paciente internada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na maternidade da Santa Casa da cidade.

Diante da denúncia, a Prefeitura abrigou investigação. Foi instaurado procedimento administrativo disciplinar, que se encontra na corregedoria do município, e corre em sigilo.

Além disso, o Município informou que segue aberto desde 2016 processo administrativo sobre denúncia de violência sexual. Segundo relato da vítima, durante exame de toque o suspeito teria feito insinuações sexuais.

Gravação

Chauvet, que atua como prestador de serviço no hospital, foi gravado em áudio pela estudante de direito Kerolaine Campelo dos Santos, de 25 anos, cobrando R$ 1 mil dela para retirar um pólipo do útero da paciente.

Na gravação o médico fala que pode manter a paciente internada no hospital, mas que o pagamento da cirurgia teria de ser feito “em dinheiro, sem recibo e antecipado, tá? Isso te custaria mil reais, tá? Só que isso é ilegal, tá? Mas eu tenho duas opções: ou o ilegal ou eu não faço", diz o médico.

Depois disso, começaram a surgir as informações de outras denúncias envolvendo o profissional.

O Conselho Regional de Medicina (CRM) também abriu procedimento sobre o médico.

Fonte: Campo Grande News - Marta Ferreira

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