Assembleia Legislativa
Logo Diario X
Aqui tem a Verdadeira Notícia
28 de março de 2024
Coxim
24ºC
Cenario

Estado MS

Cenário apresentado pela UFMS pode até interromper pagamento de bolsas e auxílios; entenda o caso

19 MAR 2020Por Paulo Ricardo21h:21

Na manhã desta quinta-feira (19), o Comitê Operativo de Emergência (COE) se reuniu para discutir novas ações do Plano de Contingência da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), e que atingirão diretamente o cenário educacional em Campo Grande/MS e nos nove municípios em que a universidade tem Campus.

COE/UFMS

O reitor da UFMS, Marcelo Turine, explicou que ele não faz parte do COE/UFMS, pois não é um conselho da universidade, mas consiste em um grupo de especialistas de várias áreas, com professores e técnicos de diversas áreas estratégicas, e tem atuação técnica pontual nas situações de saúde de repercussão nacional, além do acompanhamento de boletins epidemiológicos para contribuir com a tomada das decisões pela Reitoria.

O comitê, por não ser um Conselho da Universidade, não tem representação discente, e nem das associações e sindicatos de professores e técnicos

“Temos médicos, infectologistas, equipe técnica do hospital universitário, pessoas muito bem preparadas para nos auxiliar a tomar as medidas adequadas no momento correto. Toda comunicação será encaminhada aos sindicatos, em sinergia”, explicou a vice-reitora, Camila Ítavo, presidente do COE/UFMS.

Dois cenários foram apresentados para discussão no COE, por recomendação da Reitoria da UFMS:

1º - Suspender totalmente o Calendário Acadêmico 2020 com o fechamento das Unidades da Universidade até controle da pandemia; ou

2º - Manter a ação já iniciada na UFMS, em caráter excepcional, de substituição das disciplinas presenciais, em andamento, por aulas que utilizem meios e Tecnologias de Informação e Comunicação, nos termos estabelecidos pela legislação em vigor.

Em qualquer cenário, a recomendação única da Reitoria foi:

Conceder, pelo prazo inicial de 30 dias, a modalidade de teletrabalho já em vigor, para todos os servidores (técnicos e professores) no âmbito da UFMS, mantendo as atividades essenciais e emergenciais em escala e de forma presencial.

A recomendação unânime do COE/UFMS foi por manter a Universidade ativa, trazendo contribuições à sociedade para o enfrentamento da doença, com a decisão pelo teletrabalho de docentes e técnicos utilizando as Tecnologias da Informação e Comunicação.

Além disso, também ficou decidido que a Universidade assumirá a vanguarda no que diz respeito a capacitação, pesquisa e desenvolvimento de produtos e ações imprescindíveis para o enfrentamento da Covid-19.

“Neste momento, nossas universidades são chamadas para serem protagonistas deste processo, temos a excelência de pesquisadores na área de saúde, somos capazes de gerar conhecimento científico e de inovação para o enfrentamento de soluções para a área de saúde, economia e sobrevivência do ser humano”, afirmou o reitor.

Segundo Turine, a recomendação única está decidida e foi publicada na data de hoje (19):

- 100% dos servidores deverão ficar em suas residências, sendo obrigatório o preenchimento do Termo de Ciência e Responsabilidade para descrever as atividades e metas a serem desenvolvidas durante o mês.

Conforme a reitoria, a Universidade soma-se ao esforço coletivo que toda a sociedade brasileira deve imediatamente assumir no sentido de refrear, ao máximo, o avanço da contaminação por coronavírus, reduzindo a mobilidade de toda sua comunidade, contribuindo para a conservação da capacidade de atendimento dos sistemas público e privado de saúde e adotando medida preventiva para seus servidores.

No tocante aos dois cenários, a avaliação foi feita sob a ótica da gestão de riscos

Para a UFMS, as ações são fundamentais para a manutenção da saúde ao longo dessa quarentena, com muita confiança, serenidade e solidariedade.

Entenda os cenários

O reitor da UFMS Marcelo Turine e a vice-reitora Camila Ítavo, acompanhados de quatro gestores, divulgaram após a reunião do COE/UFMS, via TV UFMS, um Comunicado Oficial com os cenários que foram levados para votação (veja o vídeo no final da matéria).

Os dois cenários foram levantados após ser verificado que em alguns locais do País não tem os avanços necessários para as novas tecnologias, ou seja, dificuldades de acesso ou até limitação de internet em certos municípios e/ou zonas rurais. Inclusive, acadêmicos com vulnerabilidade socioeconômica que não possuem computador ou notebook, dependendo dos computadores e da internet dos campus da UFMS.

Cenário 1

A suspensão do calendário acadêmico por 30 dias, até o dia 17 de abril, isso implicaria na interrupção imediata do calendário acadêmico de todas as atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação, o que prejudicaria, por exemplo, editais de monitoria, extensão e assistência estudantil, incluindo pagamentos de quaisquer auxílios necessários para sobrevivência de muitos de nossos estudantes, acarretaria ainda na suspensão de período de férias e atraso na conclusão de curso, e em caso extremo, somado ao decreto de calamidade pública em nível nacional, poderia acarretar impacto financeiro aos servidores da UFMS.

Cenário 2

A substituição das atividades presenciais, como já tem sido realizada, observando-se os normativos legais e as especificidades de cada curso, possui a vantagem de manter as ações de incentivo ao ensino, pesquisa e extensão, os auxílios e bolsas de graduação e de pós-graduação, contribuindo para minimização de prejuízos em um contexto que não se sabe precisar a duração da situação, e acima de tudo contribui para que os estudantes estejam ativos e focados nos estudos em um momento que eles devem permanecer em suas residências.

Segundo a presidente do COE/UFMS, Camila Ítavo, isso vai contribuir para a saúde pública e saúde mental coletiva

Até o momento, a manutenção do calendário letivo com alteração da forma de ministrar o conteúdo programático das disciplinas remotas tem atendido em sua maioria, simultaneamente, os interesses dos professores, técnicos e estudantes, não havendo recomendação contrária pelo COE/UFMS.

Mas segundo apurado pela reportagem do Diário X, junto à comunidade acadêmica, além dos dois cenários apresentados pela UFMS, existem algumas questões que podem levar a outros cenários:

- O cenário 2 é uma boa alternativa para todos na visão do COE/UFMS, com a continuidade do calendário acadêmico e a manutenção das bolsas e auxílios, mas também pode ter um desfecho ruim a curto ou médio prazo;

- Muitos acadêmicos que estudam na UFMS são de outros municípios e Estados do Brasil, entretanto, caso as ações contra a pandemia do Covid-19, com o passar do tempo, obriguem na suspensão das aulas, os alunos podem não ter como voltar para suas residências de origem;

- Governantes já estudam bloquear as divisas dos Estados para diminuir a circulação de pessoas, assim como: cancelamento e diminuição de voos, suspensão dos transportes rodoviários de passageiros (intermunicipais e interestaduais), entre outros. Dessa forma, como os estudantes vão voltar para suas casas, ou seja, sem bolsas ou auxílios, como vão pagar suas despesas longe das famílias;

- Segundo representantes da Associação dos Docentes da UFMS (ADUFMS), que estiveram reunidos com a reitoria na terça-feira (17), alguns docentes estão reticentes no uso das novas tecnologias na graduação e que a Universidade precisa buscar alternativas para a questão da infraestrutura e do acesso;

- Nos campus do interior, muitos professores desde segunda-feira (16) estão aprendendo a usar o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e alguns alunos nunca fizeram uso do AVA;

- Alguns professores substitutos, recém contratados, ainda estão sem acesso aos sistemas;

- As aulas práticas, na área da saúde, estão sendo substituídas por estudos de casos semanais, via e-mail;

- Ainda faltam informações de como serão realizadas as avaliações durante esses 30 dias.

Segundo acadêmicos que moram em uma República na cidade de Coxim/MS, todos de outros Estados, só o tempo vai mostrar se a manutenção do calendário acadêmico na modalidade a distância vai valer a pena.

“Caso mais adiante sejam suspensas as aulas, quero pelo menos poder voltar pra minha casa, pois sem os auxílios, não tenho como me manter em Coxim, mas também tenho medo de não conseguir voltar pra casa, por causa dos bloqueios. Espero pelo menos ter dinheiro pra comprar a passagem, que deve ficar muito cara com o passar dos dias”, disse um dos acadêmicos.

Na república moram cinco acadêmicos, sendo que apenas três recebem os auxílios de moradia, permanência e alimentação.

Fonte: com informações do site da UFMS e da TV UFMS

Veja abaixo o vídeo com o Comunicado Oficial:

Mamma dentro

Leia Também