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Economia

Campo-grandense tenta se virar com inflação alta e salário que não acompanha

Capital de Mato Grosso do Sul registrou a maior inflação do País, entre as capitais, durante 2020

14 JAN 2021Por Redação/ Talyta Rodrigues14h:00

Depois de ver os preços aumentarem em disparada durante 2020 e ter a capital de Mato Grosso do Sul registrando a maior inflação do País, campo-grandenses contam que sentiram alimentação levar a renda de casa embora.

Divulgada na terça-feira (12), a inflação oficial em Campo Grande foi de 6,85% no ano passado, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). De autônomo até funcionário na Capital, os depoimentos são de que o preço do cotidiano subiu e os salários não acompanharam.

Tentando fazer milagre com o que recebe, o pedreiro Almiro Cuervo Dutra, de 57 anos, narra a história que parece unir linhas contadas por trabalhadores. “A gente não consegue acompanhar não, o valor do salário quase não subiu e o resto tudo continua aumentando. Então não tem como dar conta, tá difícil demais”, explica.

Para Almiro, o que mais dói é fazer as compras de alimentação. De acordo com o pedreiro, o preço da comida é o que mais teve alta visível no cotidiano e a solução tem sido economizar. Sobre tentar buscar um aumento no salário, ele relata que opção é algo sem possibilidade.

Foto: Paulo Francis

Se eu tento aumentar o valor da minha diária não vão querer me manter e aí eu fico sem serviço. Então é melhor ao menos ter alguma coisa, diz Almiro.

Esposa de Almiro, Leia de Fátima Moreira, de 54 anos, conta que vem tentando fazer vendas de bazar e os resultados são medianos. “Acho que esse ano continua difícil do mesmo jeito. A gente tem que pagar um monte de coisa e como que dá conta? O que a gente recebe é baixo demais”, diz.

Dona de casa, Etiane Rosa Sanabia, de 36 anos, tenta garantir a renda do mês com diárias em lojas e relata dificuldade em manter as compras de cada dia sem aumento de salário seguindo a mesma lógica dos valores gastos. Com quatro filhos em casa, ela explica que o sistema fica ainda mais duro.

Etiane Rosa Sanabia, de 36 anos, conta que salário recebido não equivale a aumento nos preços. (Foto: Paulo Francis)

Especificamente sobre o que mais chama atenção, Etiane diz que o dia de comprar comida é o mais revoltante e que manter pagamento de moradia chega a ser complexo, “acho abusivo o preço nos mercados, principalmente para a gente que vive de aluguel”, completa.

Conforme divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Campo Grande fechou 2020 com o 3º maior índice de variação no aumento da cesta básica do Brasil, 28,07%. O custo em dezembro ficou em média de R$ 576,48, o sétimo valor mais caro do País.

Preços caros

Autônomo, Tiler Lemes Vera, de 39 anos, conta que viu os preços aumentarem em sua mercearia e em mecânica. “Posso dizer que ficou tudo caro nos dois lados. Tanto a comida quanto as peças estão bem caras para comprar. O problema é que a gente vê que o salário mínimo não sobe junto”.

 Tiler Lemes Vera, de 39 anos, comenta que inflação atingiu seus dois ramos. (Foto: Paulo Francis)

Para Tiler, as reclamações dos consumidores sobre a alta nos preços condizem com a realidade brasileira, "não tem como mentir e dizer que tem outra coisa acontecendo, tá tudo caro mesmo e parece que não tem o que fazer", relata.

Por outro lado, um pouco mais esperançoso, Leonardo Matheus Viana da Paz, de 23 anos, diz que hoje o cenário de sobrevivência aparenta estar melhorando mesmo que lentamente.

“Até agora a gente tá dando conta de pagar. Tem coisa que é absurdo tipo arroz e carne, mas a gente tenta não reclamar muito”, Leonardo diz. Para ele, há alguns meses a situação estava chegando ao ponto de não conseguir se manter, mas agora os valores estão um pouco menos piores.

 Leonardo Matheus Viana da Paz, de 23 anos, diz que é otimista com cenário. (Foto: Paulo Francis)

Por: Aletheya Alves – Campo Grande News

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