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Cidades

"Não conseguia nem ir pra igreja", conta mulher escravizada durante 9 meses

Os ex-patrões a procuram oferecendo comida, casa, roupas e uma bicicleta em troca de serviços domésticos

1 ABR 2021Por Redação/ Talyta Rodrigues08h:42

Cíntia Domingo, de 34 anos, diz que foi mantida pelos últimos nove meses como "escrava" por empresários de Campo Grande que já haviam sido patrões da mãe dela. Conforme relato à reportagem de Minas Gerais, onde mora, os ex-patrões da mãe a procuram oferecendo comida, casa, roupas e uma bicicleta em troca de serviços domésticos.

Ela foi resgatada no último dia 23 de março depois de conseguir fugir e buscar ajuda em uma igreja aqui na Capital. O caso está sendo investigado pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) de Campo Grande que já levou o caso à Justiça Federal e à Justiça do Trabalho.

Na segunda-feira, 29, ela chegou em casa, na cidade de Mateus Lemes (MG). Ela contou à imprensa de lá que trabalhava 24 horas por dia, “de manhã, à tarde e à noite” e que quando ia à igreja era seguida pela mulher de 70 anos que a mantinha em regime de escravidão.

“Passava, lavava, fazia uns trem lá, limpava a casa inteira e ela não me deu nenhum centavo”, contou a vítima. “A hora que eu saía e falava que ia pra igreja, ela me seguia. Ela pegava o carro e me seguia. Ela mandava eu entrar pra dentro do carro e trazia pra casa dela de volta”, relatou.

A mãe dela, Valdete Domingos já havia trabalhado para a mesma senhora e o filho dela em Campo Grande, anos atrás, mas não imaginava que quando a filha desapareceu, ela estaria justamente com eles, em situação tão precária. “Ela tem que pagar os erros que ela fez”, comentou sobre a ex-patroa. Valdete disse também que não teve carteira assinada, mas que recebia salário.

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, mãe e filho que mantinham Cíntia em situação análoga à escravidão já foram identificados, mas ainda não localizados. O ramo de atividade dos dois também não foi divulgado. 

Lucia Morel - Campo Grande News

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