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Brasil

Para sobreviver, profissionais do sexo se arriscam na pandemia e voltam a trabalhar

12 JUL 2020Por Redação09h:21

“Em tempos de Covid-19, se puder, fique em casa. Se tiver que trabalhar, dê preferência aos clientes fixos e que topem fazer programas virtuais. Higienize sempre o corpo”. Estas são algumas das orientações que a Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig) dá para profissionais do sexo em Belo Horizonte durante a pandemia do novo coronavírus.

Com o fechamento dos hotéis da zona boêmia de Belo Horizonte, no centro da capital, mais de três mil mulheres e travestis ficaram sem trabalho. O decreto municipal que proíbe o funcionamento destes locais está em vigor desde o dia 20 de março.

No início da pandemia, muitas seguiram o isolamento social e estavam sobrevivendo de doações. Mas com o passar do tempo, o dinheiro para pagar as contas e até para comprar comida ficou escasso.

“Não tem muito para onde correr e aí tem que trabalhar. Muitas têm filhos. O ideal é ficar em casa, mas não tem escolha. E é perigoso, né?’, disse a presidente da Aprosmig, Cida Vieira.

Vulnerabilidade

Para sobreviver, muitas profissionais do sexo passaram a trabalhar nas ruas onde a violência e o preconceito são maiores.

“A situação é tão caótica que se acontecer alguma coisa com estas mulheres não há como fugir. Está tudo fechado”, contou Cida. Apenas os serviços essenciais estão autorizados a funcionar em Belo Horizonte.

De acordo com boletim epidemiológico da prefeitura divulgado na sexta-feira (10), 248 pessoas morreram em Belo Horizonte de Covid-19. Há 10.618 casos confirmados da doença.

Auxílio emergencial

A presidente da Aprosmig disse que algumas prostitutas tentaram o auxílio emergencial do governo federal, no valor de R$ 600. Mas os pedidos seguem sob análise.

“Nós temos direitos iguais. Mas sofremos muito com o estigma. O preconceito é muito grande com a nossa classe. Até para receber doação é difícil”, disse ela.

Desde o início da pandemia, uma campanha é feita pela entidade na tentativa de arrecadar alimentos não perecíveis e material de higiene pessoal. As doações ainda podem ser entregues na rua Guaicurus, nº 624, no centro de Belo Horizonte.

Sobre os pedido de auxílio emergencial em análise, a Caixa Econômica Federal informou que a Dataprev é responsável pela verificação se o cidadão cumpre todas as exigências previstas na Lei e a homologação é realizada pelo Ministério da Cidadania.

"Caso o cidadão precise de mais esclarecimentos sobre o resultado da análise, poderá entrar em contato com o atendimento do Ministério da Cidadania pelo telefone 121", disse o banco.

Mas não há como esperar. Segundo Cida, as contas vencem todo o mês e é preciso colocar comida na mesa.

“É risco. É risco sim. Voltar a trabalhar. Mas não tem saída”, disse Cida.

Fonte: G1 Minas - Thais Pimentel

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