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MPRJ nega ter quebrado sigilo de Flávio Bolsonaro e diz investigar 27 deputados

'Houve quebra do sigilo dos deputados? É óbvio que não', diz procurador-geral do Ministério Público fluminense. Relatório do Coaf foi enviado ao órgão espontaneamente, garante ele.

22 JAN 2019Por Redação/TR10h:11

O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, negou, na segunda-feira (21), que o Ministério Público do Rio (MPRJ) tenha quebrado o sigilo de qualquer deputado por causa de um relatório do Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf).

O relatório foi divulgado depois da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio. Dezenas de pessoas foram citadas por movimentação financeira atípica.

Entre elas, Fabrício Queiroz, assessor de Flávio Bolsonaro (PSL). O parlamentar reagiu dizendo que seu sigilo havia sido quebrado. Nesta segunda-feira (20), o G1 mostrou que Queiroz já respondeu processo na Alerj e teve que devolver R$ 16,8 mil obtidos irregularmente em auxílio-educação.

O procurador-geral defendeu que a lei que confere a atribuição ao Coaf de informar movimentações suspeitas tem 20 anos de existência, período que segundo Gussem essas comunicações do conselho são feitas de forma normal.

"Houve quebra do sigilo dos deputados? É óbvio que não. A Lei 9.613 [sobre crimes de ''lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores] tem 20 anos, e há 20 anos nós procedemos dessa forma."

Vinte e sete parlamentares investigados

O procurador-geral afirmou que, ao todo, 27 deputados estaduais são investigados na esfera cível em procedimentos abertos no Ministério Público do Rio (MPRJ) em 22 procedimentos. No total, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) tem 70 deputados.

"Existe investigações na área cível contra todos os deputados citados no relatório do Coaf", disse Eduardo Gussem, em entrevista coletiva na tarde de segunda-feira (21) na sede da Procuradoria.

Segundo o MPRJ, o relatório do Coaf chegou ao Ministério Público "espontaneamente" depois que foi utilizado na investigação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio.

"O Coaf encaminhou espontaneamente, tem 422 páginas, centenas de pessoas citadas e cabe a nós analisar cada elemento contido aqui dentro".

"Não significa que as atividades suspeitas sejam atividades ilícitas. Um dos deputados apresentou, voluntariamente, as explicações. E voluntariamente abriu sigilos telefônico, bem e fiscal", concluiu Gussem.

Ainda de acordo com o procurador-geral, o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) chegou ao MP em janeiro deste ano.

Flávio Bolsonaro: 48 depósitos suspeitos

Na sexta-feira (18), o Jornal Nacional revelou um outro trecho do relatório do Coaf. Nele há quase 48 depósitos em dinheiro numa conta de Flávio Bolsonaro, em um mês. A movimentação foi considerada suspeita. O deputado estadual, que foi eleito senador, não é investigado no caso.

Em entrevistas à Rede Record e à RedeTV!, o senador eleito afirmou alegou depositou o dinheiro na conta dele, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em 48 envelopes de R$ 2 mil, porque era o local onde ele trabalhava e que o valor era o limite para cada depósito no caixa automático.

Sobre um título bancário de mais de R$ 1 milhão, Flávio Bolsonaro justificou se tratar de um título bancário da Caixa Econômica é referente a um apartamento que ele comprou na planta.

Cobrança de transparência

Gussem também cobrou da Assembleia Legislativa do RJ e da Câmara dos Vereadores mais transparência em relação a informações relativas a funcionarios e parlamentares.

"Muitas vezes, precisamos nos valer do Caged [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados]. A Alerj na sua página de transparência não tem os servidores vinculados a cada gabinete", destacou.

Com isso, o procurador-geral disse que, ainda no ano passado, encaminhou às duas casas legislativas sugestões de que elas disponibilizassem informações sobre os funcionários, mas que isso não foi feito.

Por Nicolás Satriano

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