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Brasil

Brasil tem mais de 170 mil animais abandonados sob cuidado de ONGs, aponta instituto

18 AGO 2019Por Redação14h:29

O Instituto Pet Brasil levou mais de seis meses para mapear as organizações em todo o país. As ONGs e os protetores forneceram informações sobre suas capacidades de acolhimento e o acolhimento real no momento da pesquisa.

“Nós fomos entender um pouco a dinâmica das ONGs. Animais podem estar na rua, mas não são necessariamente abandonados, pois pode ter gente que cuida deles, que dá água, que dá uma tutela pela vida deles. Assim, consideramos abandonados os que não têm ninguém. Nestes casos, as ONGs e os protetores acabam atuando para pegar esses animais”, diz Martina Campos, diretora-executiva do Instituto Pet Brasil.

Martina afirma que a grande maioria das organizações não informa o CNPJ de forma clara e se apresenta apenas em redes sociais, com poucas informações disponíveis. “Existem ONGs que se intitulam assim, mas são grupos de protetores”, diz. Por isso, o levantamento abrange tanto as organizações maiores e mais estruturadas, quanto esses grupos menores. O resultado final foi de 370 organizações mapeadas.

Com base nos dados fornecidos por estas organizações, o instituto classificou as entidades, analisou a capacidade máxima de acolhimento e chegou à estimativa de 172,1 mil animais abandonados sob tutela.

País tem mais de 170 mil cães e gatos sob cuidado de ONGs e grupos de protetores Imagem: Rodrigo Cunha/G1

Os abrigos de médio porte, que conseguem abrigar de 101 a 500 animais e que são 48% das entidades mapeadas, se destacam por tutelar mais de 89 mil bichos. Por isso, eles são responsáveis por mais de 52% da população de pets disponíveis para adoção.

Apenas 19% das instituições conseguem abrigar mais de 500 animais, e 33% são de pequeno porte, abrigando entre 1 e 100 cães e gatos.

Animais em situação vulnerável

O Pet Brasil fez uma estimativa do número de animais em condição de vulnerabilidade, ou seja, aqueles que vivem sob tutela de famílias classificadas abaixo da linha de pobreza ou que vivem nas ruas, mas recebem cuidados de pessoas. São 3,9 milhões, ou 5% da população total de pets no Brasil, que é de cerca de 140 milhões.

O número chama a atenção, já que, por conta das situações economicamente difíceis de seus tutores, estes animais podem acabar sendo abandonados.

Martina Campos, diretora-executiva do Pet Brasil, acredita, porém, que os brasileiros estão cada vez mais maduros em relação ao cuidado e ao bem-estar dos animais. “O brasileiro é uma população que cuida de animais. Já percebemos o quanto essencial é o animal na vida da família brasileira”, diz.

A história de Jack

Há 10 anos, Jack foi atropelado em Campos do Jordão, um dos principais destinos de inverno do estado de São Paulo. O que ele não sabia é que aquele acidente ia mudar sua vida e a de muitos outros animais abandonados.

Jack, um cachorro peludo e preto de grande porte, foi atropelado na frente da irmã da administradora Gabriela Masson, de 32 anos, que passava uma temporada na cidade com a família. “A gente trouxe ele para casa. Cuidamos dele no meu apartamento, em São Paulo, até ele ficar bem”, conta Gabriela.

O combinado era que, quando Jack se recuperasse, ele voltasse a ficar na casa de Campos do Jordão. O cachorro, porém, conseguiu conquistar toda a família, e o que era para ser uma estadia curta no apartamento da capital paulista se prolonga até hoje.

Nos anos seguintes, ela e a família seguiram ajudando e resgatando animais abandonados até decidirem abrir uma organização não governamental (ONG) e ter um abrigo para acolher os animais enquanto eles não eram adotados. Assim, surgiu em 2012 a Amigos de São Francisco, que já acolheu, cuidou e fez a adoção de cerca de 2 mil animais desde então.

Fonte: Clara Velasco, G1

 
  • A administradora Gabriela Masson e Jack, seu primeiro animal adotado; Gabriela fundou a ONG Amigos de São Francisco para cuidar de cães e gatos abandonados Foto: Marcelo Brandt/G1
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