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Em 2022, vamos rumo à verticalização do voto?

8 NOV 2021Por Redação/EC18h:37

Um dos principais desafios para quem assume a presidência do Brasil é construir maioria parlamentar e garantir a governabilidade.
 
Na história política do Brasil, quando se consegue essa maioria, ela não é ideológica e programática, é sim, uma maioria fisiológica, oportunista e mantida na base do toma lá, da cá. 

Esse problema da construção da maioria parlamentar deveria ser resolvido no processo eleitoral, numa ampla campanha dos partidos políticos e de suas candidaturas majoritárias e proporcionais, no sentido de promovermos a verticalização do voto, ou seja, que o eleitor além de votar na candidatura presidencial da sua preferência, vote também, nas deputadas e deputados, senadoras e senadores e nas candidaturas aos governos estaduais, que estarão alinhadas com a sua primeira escolha.

Infelizmente, essa tarefa não é fácil, pela complexidade do processo eleitoral brasileiro, as dezenas de partidos existentes, as especificidades políticas regionais e locais, e principalmente pela falta de tradição do eleitorado nacional, que na sua maioria, não vincula o seu voto no legislativo ao voto do executivo, fazendo com que, o mesmo eleitor ou eleitora, vote numa determinada candidatura a Presidência, e ao mesmo tempo, vote em candidaturas para o Congresso Nacional, que representam um pensamento totalmente oposto de quem ele escolheu para presidir o País. 

Em 2022, por conta dessa forte polarização política existente no Brasil e pelo fim das coligações proporcionais, podemos enfim, termos essa tão necessária verticalização do voto. 

Isso seria fundamental para garantir estabilidade governamental de quem vencer as eleições, e poderíamos de fato superar o chamado presidencialismo de coalisão ou cooptação, que tantos males tem feito a nossa república e a nossa democracia. 

Para o Brasil avançar nas reformas estruturantes, garantir um modelo de desenvolvimento que seja duradouro e sustentável, é fundamental que a sociedade dê esse passo em 2022, vamos verticalizar e alinhar o voto, exercer um voto coerente e não contraditório.

Fazendo uma alusão com aquela brincadeira do cabo de guerra, vamos votar em quem estará puxando o cabo junto com a candidatura Presidencial que escolhermos, e não em quem estará do outro lado da corda.

É claro que em uma democracia liberal, plural e diversa, não deve prevalecer um pensamento único que não respeite a oposição ou as minorias, mas a verticalização do voto irá promover uma reorganização das forças políticas em blocos mais homogêneos, superando a atual pulverização em pequenos grupos,  sem muita distinção política ou ideológica, mas divididos por interesses específicos dos partidos e das forças econômicas e sociais.

Nossa democracia ainda é jovem, estamos amadurecendo nossa consciência política, temos muitos ajustes ainda por fazer, mas se tem algo que precisamos superar urgentemente, é a mercantilização da atividade política, que transforma pessoas com mandatos em representantes comerciais, e partidos políticos em franquias que vivem as custas do dinheiro público e de negociatas nada republicanas.

Um bom caminho a ser seguido, é portanto, a verticalização do voto, que diminuirá o número absurdo de partidos e dará linha política e ideológica à quem for eleito ou eleita para representar o povo.

Vladimir Ferreira 
Presidente do PT/MS

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