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Brasil sofre para expandir internet, 20 anos após privatizar Telebras

29 JUL 2018Por Redação/OJ02h:00

Após 20 anos da privatização do Sistema Telebras, o setor de telecomunicações brasileiro enfrenta um novo desafio: ampliar o acesso à internet no Brasil.

A banda larga e a fibra óptica têm avançado, mas ainda estão fora do alcance de quem vive em áreas mais isoladas e daqueles que não conseguem arcar com os preços dos pacotes, segundo analistas e representantes do setor.

No país, 62% dos municípios têm estrutura de fibra óptica, segundo dados de 2017 da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

Há ainda fortes diferenças regionais: no Piauí, apenas 16,5% dos municípios tinham a rede. No Amazonas, eram 35,5%, e, em Minas Gerais, 40%.

Mesmo a cobertura de telefonia móvel (3G e 4G), que já atinge praticamente todo o país, muitas vezes chega com baixa qualidade ou preços altos demais para a população local, diz Arthur Barrionuevo, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV (Fundação Getulio Vargas).

"Dependendo do local, a rede chega, mas tem de ver com qual velocidade. Há também a questão do preço, porque tem muito imposto sobre a tarifa e porque em diversos locais a renda é baixa demais. Isso deixa muitas pessoas de fora."

Para analistas e associações do setor, a dificuldade para ampliar o acesso está ligada à rápida mudança tecnológica das telecomunicações, que não foi acompanhada por atualizações nas regras, ainda pensadas para outra realidade.

Em 29 de julho de 1998, quando 12 empresas do Sistema Telebras foram vendidas por R$ 22 bilhões (cerca de R$ 76 bilhões, em valores corrigidos pela inflação), o setor estava diante de uma revolução: universalizar o acesso ao telefone fixo.

À época, havia apenas 17,5 milhões de linhas em todo o país. A população pagava mais de R$ 1.000 por uma linha e esperava cerca de dois anos pela instalação.

A disseminação do telefone celular era ainda mais baixa: havia pouco mais de 4 milhões de assinantes.

Hoje, uma nova reviravolta se aproxima, com a chegada de tecnologias como a internet das coisas (conceito em que todos os objetivos da vida cotidiana estariam conectados à rede) e a indústria 4.0 (inclusão de tecnologias de automação e troca de dados ao sistema produtivo).

Com isso, a tendência é que a desigualdade aumente ainda mais, diz Barrionuevo.

"A internet das coisas vai afetar uma série de equipamentos que usamos no dia a dia. Quem hoje já está fora da internet porque é muito pobre é quem mais vai se prejudicar. Temos de correr com uma solução", afirma.

Uma das medidas apontadas como essenciais para destravar os investimentos na expansão da infraestrutura é a alteração da Lei Geral das Telecomunicações, que completa 21 anos em 2018.

A principal mudança defendida pelas empresas seria isentar as concessionárias de fazer investimentos em telefonia fixa e transferir esses recursos à expansão da internet.

"As companhias investem até R$ 450 milhões por ano para manter o parque público de orelhões no país, uma estrutura que ninguém está aproveitando. Hoje o que a população precisa é de acesso à internet", afirma Carlos Sequeira, analista de telecomunicações do BTG Pactual.

O projeto, porém, está parado no Congresso, e analistas já começam a duvidar da viabilidade da aprovação.

Fonte: Correio do Estado

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