CENARIO
Logo Diario X
Aqui tem a Verdadeira Notícia
25 de abril de 2024
Coxim
24ºC
TRIBUNAL

Saúde

Morre mulher que descobriu câncer avançado dois meses após exame ter resultado negativo

Emanuele da Silva, de 33 anos, foi vitimada por complicações em consequência do tumor na sexta (10). Família decidiu entrar com uma ação indenizatória contra a prefeitura e o laboratório, que já é investigado pelo MP.

15 AGO 2018Por Redação/TR05h:50

Uma mulher de 33 anos morreu na sexta-feira (10) devido um câncer em estágio avançado, que foi descoberto dois meses após um exame ter apontado resultado negativo em Pelotas, na Região Sul do Rio Grande do Sul. O laboratório Serviço Especializado de Ginecologia (SEG), que havia feito a análise, está sendo investigado por uma suspeita de fraude.

A família de Emanuele da Silva decidiu entrar com uma ação indenizatória contra a prefeitura e o laboratório. "A gente se sente injustiçado, impotente por não poder ter feito alguma coisa, por não ter descoberto antes", afirma a tia de Emanuele Ana Clara Ramos.

Em julho de 2015, Emanuele procurou uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Pelotas para fazer o Papanicolau, o exame que detecta o câncer de colo do útero. Ela queria descobrir a causa de sangramentos e dores abdominais. A amostra analisada pelo laboratório SEG, que tinha convênio com a prefeitura há quase 20 anos, voltou com o resultado negativo para câncer.

Mas, como as dores não passavam, dois meses depois, Emanuele voltou à UBS. No exame presencial, o médico desconfiou que ela poderia estar com a doença. Uma ressonância feita na rede privada comprovou que ela estava com um tumor em estágio avançado.

De acordo com o ginecologista Mário Ivan, a chance de detectar um câncer de colo do útero em estado avançado, que tenha se desenvolvido em poucos meses, é muito pequena.

"O câncer de colo, quanto mais precocemente se detectar, até as lesões iniciais que só alteram o padrão celular, melhor. Porque se existe um câncer que cura é o de colo uterino", explica o ginecologista.

A advogada da família de Emanuele, Samira Pereira, afirma que houve negligência. "Os próprios médicos que atenderam ela na UBS Barro Duro identificaram que havia uma lesão e eles mesmos, quando receberam o exame como negativo para malignidade, indicaram ela que fosse procurar então um outro atendimento para realizar um exame mais aprofundado."

O laboratório, que foi descredenciado e está sendo investigado pelo Ministério Público, nega as acusações de fraude nos resultados. Foram recolhidas 17 mil amostras que estavam armazenadas, mas ainda não foram refeitas. Enquanto isso, as coletas de Pelotas estão sendo analisadas por um laboratório contratado emergencialmente.

Além de Pelotas, o laboratório investigado também realizava análises de exames de outras nove cidades: Turuçu, Arroio Grande, Herval, Piratini, Amaral Ferrador, Cerrito, Morro Redondo, Chuí e São José do Norte.

A reportagem procurou a secretária de saúde de Pelotas, Ana Costa, mas ela não respondeu às ligações.

Por: Luiza La-Rocca, RBS TV

 

Mamma dentro

Leia Também