Economia

IBGE confirma o pior desastre econômico da história do Brasil

9 MAR 2017 • POR Paulo Ricardo e Youssef Nimer • 08h45
Foto: Reprodução/Internet

O IBGE confirmou nesta terça (7) o pior desastre econômico da história do Brasil: a recessão mais profunda e o período mais longo de mau desempenho da economia, resultado de anos de políticas governamentais erradas e incompetentes.

Quando o país vai sair do buraco onde foi jogado pelos últimos governos? Vai demorar, dizem especialistas.

Roberto Padovani, economista do Banco Votorantim, diz que o pais passou por um crescimento a partir de 2004 em grande medida impulsionado por um ambiente global favorável. Felipe Salles, economista do Itaú Unibanco, diz que o crescimento da China levou a um forte aumento dos preços de matérias-primas que são produzidas e exportadas.

 “A partir de 2011, o ciclo de commodities foi revertido, a China passou a mostrar uma desaceleração maior. Como resultado, toda a América do Sul passou a entregar taxas de crescimento mais baixas”, afirma Padovani.

Para José Faria, economista-chefe do Deutsche Bank, o Brasil começou a enfrentar um declínio cíclico sobretudo à medida que esse ambiente nacional começou a funcionar um pouco menos favorável com o fim do ciclo de commodities.

E o governo reagiu a isso com uma série de políticas bastante agressivas que foram para um lado equivocado e tiveram um efeito exatamente contrário.

A partir de 2014 foi quando a economia começando a declinar. A recessão de 2015 e 2016 derrubou o crescimento brasileiro em cerca de 7 pontos percentuais, a recessão mais profunda e mais longa da nossa história.

A desaceleração econômica foi muito forte com aumento da inflação. O próprio escândalo político acabou afetando o processo de investimento de algumas empresas públicas,

Para Felipe, o principal impacto vem no emprego. O desemprego estava muito perto das mínimas históricas e agora já está em um patamar muito elevado. Para Padovani, para o Brasil retomar o seu crescimento é preciso que tenha primeiro responsabilidade na gestão macroeconômica, o que aumenta a confiança e previsibilidade do futuro, segundo, reformas principalmente fiscais.

“As reformas cumprem um papel fundamental para reestabelecer o equilíbrio das contas públicas. Nós já tivemos a aprovação do teto, que é uma medida fundamental, mas não é suficiente porque uma parte muito grande das despesas públicas corresponde ao déficit da previdência, são gastos com a previdência social”, explica José Faria.

Aprovando as reformas, primeiro a gente haverá um período de recuperação moderada e, então, o crescimento do PIB será em torno de 1% para este ano.

Primeiro vem a indústria e o PIB volta a crescer, depois de um tempo voltam as contratações e o desemprego começa a cair.

A recuperação, segundo os especialistas, vai ocorrer muito lentamente. É projetado para esse ano um PIB com crescimento positivo, mas com crescimento ainda reduzido. Pelas estimativas, o PIB só volta ao nível de 2014 no começo de 2020.

Fonte: G1