Fábrica clandestina de bebidas é descoberta em MS e dono acaba preso
Local usava rótulos falsos e já tinha sido lacrado pelo Ministério da Agricultura em 2024
6 NOV 2025 • POR Redação/WK • 15h05A Polícia Civil prendeu Márcio Roberto Veron, dono de uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas que funcionava na zona rural de Terenos, a 28 quilômetros de Campo Grande. A operação foi realizada pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), em ação conjunta com fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Esse tipo de ação virou foco depois das contaminações por metanol no Brasil.
No local, que operava sob o nome Indústria e Comércio de Bebidas Terenos Eireli, os agentes encontraram rótulos e tampas falsificadas da marca “Shirlof”, de vodka, além de garrafas prontas para venda, sacos de ácido cítrico e compostos químicos usados na adulteração de bebidas.
A empresa já havia sido lacrada pelo Ministério da Agricultura no ano passado, mas continuava operando de forma irregular. O proprietário foi preso em flagrante e deve responder por crime contra as relações de consumo e falsificação de bebidas alcoólicas, infrações que podem render pena de até oito anos de prisão.
Durante a ação, foram apreendidos rolos de rótulos falsos, sacos com tampas plásticas, frascos de compostos químicos e bebidas engarrafadas, ainda sem um balanço total divulgado. O local foi interditado, e as amostras serão encaminhadas para análise laboratorial.
Risco do Metanol - A Decon alerta que a fabricação e comercialização de bebidas fora dos padrões legais representam risco grave à saúde pública, já que produtos adulterados podem conter substâncias tóxicas, como o metanol, álcool industrial que pode causar cegueira, falência de órgãos e até a morte.
O flagrante ocorre em meio a um alerta nacional sobre intoxicações por metanol em bebidas clandestinas. Segundo o Ministério da Saúde, até o último boletim divulgado em 29 de outubro de 2025, o país registrava 59 casos confirmados de intoxicação, 44 ainda em investigação e 662 descartados. Em Mato Grosso do Sul, há um caso sob investigação, conforme o mesmo relatório. No início de outubro, o Estado chegou a registrar quatro notificações, das quais três já foram descartadas após análises.
As autoridades reforçam que o consumo de bebidas sem procedência, vendidas sem rótulo ou sem registro oficial, coloca a vida em risco e alimenta um mercado ilegal que atua fora de qualquer controle sanitário.
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