Polícia

Meninas de MS estão entre as 163 vítimas de homem preso por estupros virtuais no RS

Até o momento, vítimas foram identificadas em 7 estados; número pode ultrapassar mil

7 MAI 2025 • POR Redação/EC • 13h20

Ramiro usava perfis falsos em redes sociais para se aproximar das meninas / Divulgação/Polícia Civil

Meninas de Mato Grosso do Sul estão entre as vítimas de abusos sexuais virtuais investigados pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul contra Ramiro Gonzaga Barros, de 36 anos. Preso preventivamente desde janeiro deste ano em Taquara (RS), Ramiro é acusado de aliciar crianças e adolescentes pela internet, forçá-las a enviar fotos íntimas e, em seguida, chantageá-las para conseguir mais conteúdo.

Segundo a polícia, ao menos 163 possíveis vítimas já foram identificadas até esta segunda-feira (5), entre meninas de 8 a 13 anos de sete estados brasileiros, incluindo o MS. A estimativa, no entanto, é que esse número possa ser até sete vezes maior, alcançando mais de mil vítimas em todo o país.

De acordo com o delegado Valeriano Garcia Neto, responsável pelas investigações, os crimes foram cometidos quase todos de forma virtual, caracterizando o que a legislação brasileira reconhece como estupro virtual.

Ramiro usava perfis falsos em redes sociais para se aproximar das meninas, segundo o site local RBS TV. Após ganhar a confiança delas, pedia fotos íntimas e, ao receber o material, passava a ameaçá-las com a exposição das imagens caso não enviassem mais.

Vítimas identificadas em sete estados

As vítimas já localizadas são dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Distrito Federal, Acre e Mato Grosso do Sul. Em todos os casos, o padrão se repetia: o suspeito abordava as vítimas fingindo ser outra pessoa, geralmente se passando por adolescentes, e as manipulava psicologicamente até que enviassem imagens comprometedoras.

Durante a investigação, o Instituto Geral de Perícias identificou cerca de 750 pastas digitais no computador de Ramiro. Os arquivos estavam organizados com nomes completos, apelidos, partes de nomes e perfis de redes sociais, o que facilitou o cruzamento de dados e a identificação das vítimas.

O delegado Valeriano afirma que Ramiro foi flagrado inicialmente com material de pornografia infantil, o que motivou a primeira prisão. Desde então, outras três ordens de prisão preventiva já foram decretadas: duas por estupro de vulnerável e uma por produção de pornografia infantil.

"A polícia está trabalhando para identificar todas as vítimas e instaurar um inquérito para cada uma delas, garantindo uma responsabilização individualizada", explicou o delegado.

A investigação está sendo conduzida de forma coordenada entre os estados, com apoio de especialistas em crimes cibernéticos. O advogado de Ramiro, Rodrigo Batista, informou ao g1 que aguarda acesso completo aos autos para poder se manifestar.