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Trump cancela reunião com Kim Jong-un

Encontro estava previsto para acontecer em 12 de junho, em Singapura. Coreia do Norte ainda não comentou a decisão do presidente americano.

24 MAI 2018Por Redação/TR17h:14

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou nesta quinta-feira (24) a reunião com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que estava prevista para acontecer em 12 de junho, em Singapura. A decisão vem no mesmo no dia em que a Coreia do Norte anunciou o desmantelamento completo do seu centro de testes nucleares.

"Estava muito ansioso para me encontrar com você", disse Trump em uma carta dirigida ao líder norte-coreano, que foi divulgada pela Casa Branca.

"Infelizmente, com base na enorme raiva e hostilidade aberta exibida em sua declaração mais recente, sinto que é inadequado, neste momento, ter essa reunião planejada há muito tempo", afirmou.

"Por favor, deixe esta carta servir para representar que a cúpula de Singapura, para o bem das duas partes, mas para detrimento do mundo, não será realizada", afirmou Trump na carta.

"Você fala de suas capacidades nucleares, mas as nossas são tão grandes e poderosas que eu rezo a Deus para que elas nunca tenham que ser usadas”, acrescentou Trump.

Após a divulgação da carta, Trump veio a público para dizer que considera possível que a cúpula ocorra mais tarde, mas que só acontecerá quando "a ameaça das armas nucleares for removida". Enquanto isso, promete manter "pressão máxima" sobre Pyongyang e alertou que a defesa dos EUA está pronta para o caso de Kim cometer "atos tolos".

A Coreia do Norte ainda não comentou o cancelamento do encontro. Seu vizinho do sul, por sua vez, reuniu seu gabinete de segurança para deliberar sobre o anúncio do presidente americano.

Segundo a agência sul-coreana, o presidente Moon Jae-in disse durante a reunião que estava "perplexo" com o cancelamento. "Estou muito perplexo e é muito lamentável que a cúpula entre Coreia do Norte e EUA não será realizada no dia 12 de junho, quando estava programada", disse.

Vladimir Putin, presidente da Rússia, disse que lamenta o cancelamento do encontro entre os líderes americano e norte-coreano.

"O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, cumpriu com tudo o que prometeu", disse Putin.

O presidente francês, Emmanuel Macron, estava em uma coletiva de imprensa com o presidente russo e também comentou a decisão de Trump. Ele disse que os esforços pela reunião devem continuar.

Gota d'água

Uma autoridade da Casa Branca disse à agência Reuters que a "gota d'água" que levou Washington a cancelar a cúpula foi a reação da Coreia do Norte aos comentários feitos pelo vice-presidente dos EUA, Mike Pence.

Pence disse em entrevista ao canal Fox News na segunda-feira que a interação com a Coreia do Norte pode "terminar como o modelo líbio se Kim Jong Un não fizer um acordo".

O vice-ministro de Relações Exteriores norte-coreano chamou de estúpidos os comentários feitos por Pence sobre a Coreia do Norte e sugeriu que os dois países poderiam se encontrar para uma cúpula ou para um confronto nuclear.

A autoridade da Casa Branca disse que, após a reação da Coreia do Norte a esses comentários, autoridades de alto escalão do governo realizaram discussões que levaram ao cancelamento da cúpula.

Reaproximação em 2018

Depois da chegada de Trump à presidência dos EUA, a Coreia do Norte iniciou uma série de testes de mísseis balísticos e nucleares que provocaram reações enérgicas de Washington e de Seul, novas sanções internacionais, além de provocar o temor de uma guerra na região.

Em janeiro, Kim mostrou abertura para dialogar com a Coreia do Sul durante seu discurso de Ano Novo. O ditador norte-coreano enviou uma delegação aos Jogos Olímpicos de Inverno, realizados em fevereiro, em PyeongChang, na vizinha do Sul.

Em 27 de abril, o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e Kim Jong-um se encontraram e se comprometeram a assinar um acordo de paz para acabar com a guerra entre os países ainda em 2018. O pacto vai substituir o armistício de 1953. O encontro foi visto como uma espécie de preparação para o encontro de Kim e Trump.

Pouco tempo depois, o então diretor da CIA e atual secretário de Estado americano, Mike Pompeo, viajou para a Coreia do Norte, onde teve um encontro secreto com Kim Jong-un, mostrando um avanço nas relações entre os dois países. Ele voltou de lá com três americanos que tinham sido detidos por Pyongyang por suspeita de atividades anti-estatais.

Na carta divulgada nesta quinta, Trump agradece pela libertação dos americanos: “Quero agradecê-lo pela libertação dos detidos que agora estão em casa com suas famílias. Aquele foi um bonito gesto e foi muito apreciado”, afirma o presidente na carta.

Mudança de tom

Porém, na semana passada, a Coreia do Norte suspendeu as conversações de alto nível com a Coreia do Sul, citando como motivo exercícios militares conjuntos de Seul com os EUA. O governo norte-coreano vê os exercícios como um treino de invasão do seu terrritório e uma provocação em meio à melhora de relações entre as duas Coreias.

O regime de Kim Jong-un já tinha colocado em dúvida realização da cúpula prevista com Trump. E, na terça (21), Trump disse que o encontro histórico poderia atrasar ou não acontecer caso certas condições não sejam cumpridas - embora não tenha explicados que condições seriam estas.

Reações

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que estava “profundamente preocupado” com o cancelamento da reunião e fez um apelo para que os países continuem dialogando para encontrar um caminho pacífico para a desnuclearização da península coreana.

Mike Pompeo afirmou que o encontro entre Kim e Trump teria poucas chances de ter êxito. Em procunciamento no Comitê de Relações Exteriores do Senado, secretário de Estado americano explicou que a delegação dos EUA não recebeu resposta da Coreia do Norte para realizar reuniões preparatórias para a esperada cúpula. "Não pudemos realizar os preparativos entre nossas duas equipes que teriam sido necessárias para ter uma cúpula bem-sucedida."

Fonte: G1

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