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Após 2 anos na cozinha, sírio consegue buscar esposa que ficou no meio da guerra

18 JAN 2018Por Redação/AV09h:55

Há 45 dias o sorriso de Wasin Aldoloy, de 35 anos, é outro. Após dois anos de espera, Wasim, que é refugiado da Síria finalmente conseguiu ganhar dinheiro em Campo Grande/MS e trouxe o grande amor da sua vida que havia ficado do outro lado do mundo. Ele já foi matéria no Campo Grande News  em 2016 quando resolveu abrir um restaurante com rodizio barato de comida árabe para realizar seu sonho.

"Se me perguntassem qual era o meu sonho há três meses, eu falaria da minha esposa. Agora não tenho mais o que dizer, só agradecer", começa Wasin, que apresenta sua companheira Ruba Alnaddaf, de 25 anos, que também resolveu deixar tudo para viver longe da guerra.

Wasin é da região de Sweida, na fronteira com a Jordânia e ela de Damasco, duas regiões relativamente tranquilas desde o início da guerra que assola a Síria há 7 anos, embora também já tenham sido alvo de ataques de facções, lembra Wasin. "Ainda é tranquila, mas não podemos sair em paz até tarde da noite, principalmente, as mulheres. Isso é o que me dava mais medo aqui", conta.

Wasin decidiu se aventurar no exterior em busca de melhores condições de vida após perder um irmão em um bombardeio. Por isso ficou impossível viver na terra natal. "Lá eu seria obrigado a estar no serviço militar e isso representa estar dentro da guerra. Eu não queria morrer", afirma.

Longe da esposa, ele trabalhou todos os dias servindo comida árabe para conseguir dinheiro. À noite, o coração só ficava tranquilo ao falar com ela por telefone. "Todo dia a gente dava boa noite e eu falava como tinha sido o dia no restaurante".

Há pouco tempo na cidade, Ruba é tímida e não fala nada em português. O marido ajuda nas traduções, mas ainda pena para falar o idioma. "É muito diferente do nosso e não fizemos nenhuma aula. Eu aprendi atendendo os clientes", conta.

Aos poucos, Ruba decide falar do que sentiu ao chegar no Brasil. "Eu acabei com a saudade que eu sentia dele", resume. Por telefone e redes sociais, ela sabia que o marido batalhava para buscá-la. "Quando ele conseguiu, comprou passagem e viu toda a documentação".

O casal se conheceu há 3 anos pela internet, depois o primeiro encontro foi na cidade dela, onde Wasin fazia um trajeto de uma hora e meia até Damasco. Lá conheceu a família dela e em pouco tempo a união foi aprovada pelos país. "Lá a diferença na nossa cultura é que homem e mulher não podem viver juntos antes do casamento. Por isso eu só a visitava e depois de casado, acabei vindo para o Brasil", conta.

Por aqui, a saudade da família é o que aperta, mas com a chegada da esposa o coração ficou em paz. "Ela era tudo que eu precisava aqui. Meus pais ainda estão na Síria e não querem fugir de lá, já são idosos, acostumaram com o clima. Mas eu quero ter família, ter bebê e aqui temos paz".

Fonte: Campo Grande News 

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