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Entrevistas

“O Brasil sai melhor disso”

Entrevista com o Deputado Estadual Junior Mochi

30 OUT 2017Por Youssef Nimer07h:01

JD1 Notícias - O senhor em 1997 lançou o primeiro consórcio de prefeitos para recuperar o Rio Taquari, agora ele pode se tornar uma questão federal, e com recursos para isso. Agora vai?

Deputado Junior Mochi – O assoreamento causado por diversos fatores matou o Rio Taquari. Criaram se muitos problemas na planície pantaneira e houve alagamentos de milhares de hectares prejudicando a atividade econômica e também aquele que é detentor e proprietário dessas áreas que foram inundadas pelo Rio Taquari. Em razão disso, desde a década de 90 vem-se trabalhando em propostas e projetos para a recuperação ambiental no Taquari. Houve uma época que havia a possibilidade da liberação de recursos. Muitos projetos foram desenvolvidos, mas poucos colocados em prática. As áreas que houveram recuperação se recuperaram, no município de Alcinópolis nós temos um belo exemplo disso. Então eu entendo que é preciso também ter intervenção prática, recursos na planície para que ao mesmo tempo em que você faz e resolve ali, você faz aqui em cima para não carrear mais sedimentos e não voltar a provocar o mesmo problema.  O decreto assinado pelo presidente da república regulamenta, que todos aqueles que têm multa para ser recolhida, podem convertê-la em projetos de recuperação tendo um desconto da multa que ele tem que pagar. No dia da vinda do presidente da república e do ministro do meio ambiente no refúgio Caiman eles colocaram como prioridade o rio são Francisco, o rio Parnaíba e o Taquari. Eu fiz um questionamento sobre a expectativa de quanto é que podemos conseguir e ele entende que teremos em torno de R$ 400 milhões. É um bom valor, dá pra fazer muita coisa pelo Taquari e pelo pantanal.

 

JD1 Notícias - Qual o caminho executivo para que essa possibilidade que se abriu não se perca em caminhos burocráticos? É possível esse programa ter início ainda no ano que vem.

Deputado Junior Mochi – Pela previsão deles, ministro e assessores, eles terão esse recurso recolhido, para o fundo de recuperação ambiental até o final do ano. Então as propostas terão início no seu processo de execução em 2018. A ideia é marcarmos uma audiência, nos próximos 15, 20 dias e apresentar ao ministro um projeto efetivo para o Rio Taquari e que contemple a sua recuperação. Portanto, o que nós precisamos agora, é ter a definição daquilo que é prioritário, dentro das ações a serem executadas e possamos ir para o Ministério para que nessa audiência a gente, em uma hora, possamos apresentar para ele o que é o Taquari, como ele está e o que precisa ser feito para recuperá-lo. Aprovado o projeto, obviamente ele pode ser repassado ao Estado ou contratado pelo próprio Governo Federal, mas aí são questões burocráticas que tem que ser discutidas ao longo do tempo.

 

JD1 Notícias - A questão JBS está solucionada em definitivo?

Deputado Junior Mochi – O acordo foi homologado pelo juiz na quarta-feira (25). A meu ver ficou muito bom para todas as partes. Nós conseguimos a garantia superior ao valor que havia sido bloqueado. Na sua somatória elas representam mais de R$ 700 milhões. Há um prazo de 120 dias e, nesse período a ação judicial estará apenas suspensa, em que a Secretaria de Fazenda e o grupo JBS, que já contratou a KPMG, que é uma empresa de consultoria, para junto com a secretaria de fazenda chegar ao valor exato do débito. Vão haver ainda discussões entre a empresa e o governo na definição dos valores e estando consolidado isto e feito a proposta a proposta do pagamento do ressarcimento desses valores, entendo que aí estará a questão plenamente solucionada. Hoje por enquanto ela está avençada. Avençamos o acordo, quais são os compromissos das partes, em 120 dias define-se isso estabelecendo o valor e a partir daí a JBS passa a ter que honrar o compromisso que assumiu com o Estado. O que é importante nisso tudo? Primeiro que se tem a garantia real superior ao valor inicial, a outra questão é garantia da manutenção das atividades, com a consequente manutenção dos empregos e a cima de tudo a manutenção do pagamento aos fornecedores que são os produtores. Outra questão importante é o compromisso da empresa de continuar com os investimentos que estão sendo feitos em suas plantas no Estado. Dois exemplos claros disso são em Dourados, na planta de frangos da Seara que pertence ao grupo em que está se dobrando de três mil para seis mil cabeças de abate por dia. E aqui em Campo Grande onde se tem um investimento significativo nos fármacos, devido da heparina do sangue bovino. A Assembleia não é contra o grupo, pelo contrário, a Assembleia quer que mais grupos estejam aqui.

 

JD1 Notícias - Não poderia ter sido pedido o bloqueio de bens ao invés de dinheiro para evitar todo esse problema?

Deputado Junior Mochi – Em um primeiro momento nós pedimos os dois, indisponibilidade de bens e bloqueio de dinheiro. Diante de todo esse cenário, do que tem acontecido nos últimos meses em relação ao grupo, houve uma preocupação de que até nós concluirmos, nós poderíamos ter a delapidação de patrimônio, poderia não ter os recursos disponibilizados, então a CPI saiu na frente e pediu o bloqueio. O bloqueio dos recursos foi o que fez com que, em função da necessidade que a empresa tem do capital de giro para poder rodar suas atividades, também sentar a mesa, oferecer a garantia e fazer esse acordo conosco. Eu acho que ele teve a sua importância, tanto que a CPI entendeu que deveria concordar com o desbloqueio porque o fato do bloqueio em si não coloca o dinheiro liberado a disposição do Estado. Que continue gerando emprego e renda para população do Mato Grosso do Sul.

 

JD1 Notícias - Michel temer fica. O que vem por aí?

Deputado Junior Mochi – Para mim, todo mundo que comete irregularidade, tem que ser responsabilizado por ela, agora isso tudo tem o devido processo legal. O que foi votado na Câmara é que continue a apuração dos fatos, continue o processo contra o presidente assim que ele deixar o cargo. O processo não acabou ele vai continuar primeiro ponto. Segundo, nesse comento na vida do pai em que nós passamos por todos esses problemas, essas incertezas em relação a onda de denúncias e processos que correm pelo país afetou demais a economia no país. Nós estamos em um momento em que a economia está se recuperando, há sinais de recuperação, portanto se você conversar com a sociedade, na sua grande maioria, ela não aprova o governo do presidente Temer, entretanto se você perguntar se quer que ele saia nesse momento eu tenho quase certeza que a grande maioria diz que não. Até porque se tem eventualmente a discussão de que o presidente é ilegítimo, imagino que tem que ter o presidente da Câmara como próximo, na ordem sucessória, seria o presidente da república. Eu acho que a manutenção do presidente hoje significa uma confiança que você dá para o mercado.

 

JD1 Notícias - Os grandes medalhões da política estadual de todos os partidos estão coma ameaças de investigações e indiciamentos. Como se faz política dessa maneira onde você não sabe exatamente se a maior figura do seu partido for, estará no jogo ano que vem?

Deputado Junior Mochi – Eu tenho dito que o cenário está todo aberto por conta disso. Porque são situações, fatores externos que não estão sob o controle da atividade política e por conta disso podem interferir decisivamente em uma ou outra candidatura. Isso é uma realidade. Embora, também, uma questão que eu coloco é que a sociedade começa, diante de toda essa questão, a ter avaliação melhor dessas situações. Você não pode condenar um sujeito ou tira-lo do meio político porque ele recebeu uma denúncia de um fato. A denúncia tem que ser apurada, o processo tem que tramitar assim como acontece com qualquer cidadão e ele tem que ser condenado pela justiça com transito em julgado para poder dizer: “ele é culpado, tem que pagar pelo crime que cometeu”, assim é a nossa legislação. Interfere sim, mas cada um também vai ter a possibilidade dentro do processo eleitoral de estar discutindo as questões que estão sendo colocadas. Não é fácil hoje ser gestor público. O poder público é muito burocrático e dentro dos meandros da burocracia do poder você às vezes, sem intenção, comete alguma irregularidade. Sem a intenção de fazer ou sem o dolo de querer se beneficiar de determinadas situações.

 

JD1 Notícias – O Brasil sai melhor disso?

Deputado Junior Mochi – O Brasil sai mais maduro. Com isso tudo, começamos a ver as coisas de forma diferente, e a sociedade está mais participativa. Tornou-se muito mais crítica. Só a somatória da participação de todos é que fará a mudança da representação política em nosso país.

Fonte: JD1

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