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TRIBUNAL

Entrevistas

“Anhanduizinho é a região mais perigosa”

Entrevista com o Comandante da Guarda Municipal Anderson Gonzaga da Silva

23 OUT 2017Por Valdeir Simão06h:58

Atualmente Campo Grande conta com um efetivo de 1.190 guardas municipais, mas em entrevista ao Jornal de Domingo o Comandante da Guarda Municipal Anderson Gonzaga da Silva destacou que este número é pequeno se comparado a demanda da Capital. Os guardas atuam na segurança de 350 prédios públicos, incluindo unidades de saúde e educação, que representam 75% do total de instalações da Prefeitura.

Criada para fazer a segurança do patrimônio público, hoje a Guarda Municipal faz muito mais que isso. Além da segurança patrimonial, o efetivo da Guarda também realiza a chamada “patrulha Maria da Penha” com 30 guardas e dá suporte à Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), com outros 50 membros da corporação.

Por conta desse déficit, em agosto deste ano o secretário especial de segurança e defesa social da Capital, Valério Azambuja, frisou a necessidade de ampliar o efetivo da Guarda Municipal por meio da realização de concurso público para 500 novos servidores. O concurso reporá entre 20 e 25% da força de trabalho da Guarda e deverá ser realizado em 2019.

Com o aumento das atribuições, um “novo poder” foi dado a Guarda. Em novembro de 2016, alguns guardas passaram a ser capacitados para o uso de armas de fogo. Atualmente, XX guardas possuem armas e outros 102 foram, neste mês de outubro, considerados aptos a usarem espingarda de calibre 12.

Para concorrer ao treinamento, o guarda municipal precisara estar no mínimo, há três anos exercendo a função, ter ensino médio completo, não ter registrado penalidade administrativa de suspensão nos últimos dois anos.

Além dessas exigências, o candidato não pode ter sido condenado à pena de demissão, não ter sido condenado por fato definido como crime, estar quite com as obrigações eleitorais, não estar licenciado para tratar de interesse particular.

O Comandante frisou que rotineiramente os guardas passam por capacitações e cursos de complementações, o que para ele e suma importância para a manutenção de um serviço de excelência.  Veja a entrevista completa:

Jornal de Domingo- A Guarda foi criada com o propósito de fazer a segurança das propriedades do município. No entanto, agora ela está agindo de forma mais ampla e atendendo diversos tipos de demanda. Havia preparo para essa mudança?

Comandante Gonzaga – Assim que a Guarda Municipal começou ela não estava realmente preparada, porém nos três últimos anos estamos sendo preparados, todos os guardas estão sendo capacitados. Em 2014 uma nova lei federal foi aprovada sobre as atribuições dos guarás civis, onde houve um crescimento nessas atribuições, a partir daí todos os guardas municipais se adaptaram, principalmente na questão de capacitação e treinamento, para podermos dar o amparo legal e jurídico para população. Somente neste ano já houve três capacitações, já foi aberto um novo curso de armamento para 200 guardas municipais onde eles poderão trabalhar mais.

Jornal de Domingo- Quanto a questão da segurança nos prédios público municipais, frequentemente se tem notícia de brigas em escolas. A segurança nas escolas é de responsabilidade da Guarda?

Comandante Gonzaga- Nosso maior cliente maior hoje é a semente, que é a área de educação, tanto escola como Ceinf. Para você ter um exemplo, de 13 mil rondas, nove mil é entre escolas e Ceinfs. A nossa atividade primária não deixamos de fazer. Essas outras demandas vão acontecendo  no deslocamento de viaturas. Das prisões que são efetuadas pela Guarda, 90% são em flagrante delito, porque a viatura está em deslocamento e se depara com a situação. Isso acontece geralmente quando a viatura está em deslocamento indo para algum posto, algum apoio, entrada e saída de escola, terminais.

Jornal de Domingo- Qual a o tamanho da Guarda hoje? Esse número é suficiente?

Comandante Gonzaga – O problema é que a cidade foi crescendo demais, principalmente espaços públicos. Nesses últimos anos aumentaram cerca de 200 postos, hoje nós temos 445 postos. Se for para a Guarda ficar atendendo somente os espaços públicos, não atende, porém nós estamos usando estratégias mais eficazes, como a questão do monitoramento. Estamos brigando com as outras secretarias para que seja colocado um sistema de monitoramento. Ele é mais eficaz, mais seguro e é uma evolução. Os guardas são atribuídos para setores que necessitam da presença física do guarda. Estamos fazendo esses estudos para 2018, 2019. A intenção é futuramente é a base de cada região monitorar suas escolas e caso haja alguma situação as motocicletas farão o atendimento. A partir disso, por exemplo, seria reforçada a segurança nas UPAs com a presença física do guarda.

Jornal de Domingo- Quais os requisitos par que um guarda municipal possa portar uma arma?

Comandante Gonzaga- Ele precisa de capacitação, vai passar por pesquisa social, serão vistos todos os antecedentes criminais e casos na corregedoria. Ele também fará o TAF, que é o teste de aptidão física, psicotécnico e após isso ainda realizará um curso, porque passando em todos os outros não significa inda que ele estará apto, ele será avaliado no curso e fará uma prova.

Jornal de Domingo- A Guarda tem feito muitas prisões, isso são acasos do dia a dia ou já estão sendo realizadas investigações?

Comandante Gonzaga- Não fazemos investigações, isso é com a Polícia Civil, nós fazemos a parte preventiva, a parte primária é a nossa, e essas prisões ocorrem no deslocamento, elas vem até nós, nós não vamos até elas. Até porque a nossa demanda é muito grande, maior até que a da Polícia Militar, que só faz a parte preventiva e prende, nós temos o patrimônio, terminais, escolas .

Jornal de Domingo- Qual a área mais crítica da cidade na avaliação da Guarda?

Comandante Gonzaga- Todas são, mas a área maior que existe hoje em termo de patrimônio, periculosidade dos patrimônios é a região do Anhanduizinho. Hoje temos 96 escolas, destas 25 ficam na região do Anhanduizinho, um quarto da totalidade. A região é dividida em sete. Em termo de periculosidade, por ser maior, é essa região. Porém cada região tem seu grau de perigo. Geralmente são usuários de drogas que invadem postos, e isso tem em toda a região.

Fonte: JD1

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