Logo Diario X
Aqui tem a Verdadeira Notícia
16 de abril de 2024
Coxim
24ºC
TRIBUNAL

Eleições 2018

Médica disse que só daria alta para paciente que votasse no Bolsonaro

30 OUT 2018Por Redação/TR17h:23

A médica Beatriz Padovan Vilela, clínica geral da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Campo Grande, que postou no Facebook no sábado (27) que só daria alta para paciente se votasse no candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), pediu desculpas e disse que tudo não passou de uma brincadeira.

Beatriz afirma que o texto postado na rede social, estava circulando pelo aplicativo WhatsApp desde o primeiro turno. Ela apenas copiou e colou o texto, no Facebook, segundo ela, "no calor da emoção".

A repercussão foi grande e virou notícia na imprensa sul-mato-grossense, no domingo, dia da eleição. A médica diz ter sido ameaçada e muito xingada, até excluir sua página da rede social. “Eu estava trabalhando no dia, um plantão de seis horas e atendendo fichas de pacientes da área verde, azul e amarela. Não fui nem na enfermaria, então não tinha como dar alta para qualquer paciente”.

A médica afirmou também não ter tido a intenção de atingir a população e não faria nada para prejudicar qualquer paciente. “Ainda mais colocando política no meio, isso infringe a ética médica. Muitas pessoas interpretaram ao pé da letra”.

Beatriz comentou que o Conselho Regional de Medicina (CRM) vai abrir sindicância, assim como a secretaria de Saúde. “Vai abrir sindicância porque é um processo burocrático, já que teve denúncia do Ministério Público. Vou responder esse processo pela secretaria de Saúde e CRM. Não estou com medo porque nunca prejudiquei nenhum paciente e vou poder me defender. É desagradável o que está acontecendo. Estou sendo ameaçada de apanhar na rua, me falaram também que quando o Bolsonaro legalizar a arma, serei a primeira a levar um tiro”.

Ainda segundo a médica, ela não responde por nenhum processo administrativo. “Trato meus pacientes com empatia e respeito, exerço minha profissão com orgulho, por isso me preocupo com o estado que a política se encontra. Trabalho em UPA e as condições são difíceis. Por conta disso, me posicionei”.

Outro ponto levantado por Beatriz, é de que descobriram que ela se formou com ajuda do FIES (Financiamento Estudantil). “Estão dizendo que sou falsa moralista, porque descobriram que eu tinha FIES, que é programa do Lula. Mas muitos não sabem que o FIES foi criado pelo Fernando Henrique Cardoso e foi colocado em prática no governo do Lula. Não foi ele que criou isso, muita gente desinformada querendo me atacar de várias formas”, ponderou.

A lição que ficou, segundo a médica, é que ela não vai mais se posicionar. “Não vou me manifestar mais sobre política, porque sou responsável pelo que falo e não pelo o que os outros entendem. Serviu para diminuir essa manifestação, às vezes queremos ajudar os outros, mas acabamos mal interpretadas”.

Abaixo, segue uma retratação escrita pela própria médica.

RETRATACAO PÚBLICA.

Eu, BEATRIZ PADOVAN VILELA, MÉDICA, venho me retratar perante a população,

DIANTE DA REPERCUSSÃO SOBRE UM POST PUBLICADO em minhas REDES SOCIAS.

Através deste VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO, esclarecer a TODAS PESSOAS QUE SE SENTIRAM ATINGIDAS QUE, EM NENHUM MOMENTO PENSEI EM PREJUDICAR A VIDA DE QUALQUER PACIENTE POR CAUSA DE POLÍTICA.

FOI UMA PUBLICAÇÃO COM TOM DE BRINCADEIRA, NO QUAL AS PESSOAS SE SENTIRAM ATINGIDAS E POR CONSEQUÊNCIA NÃO MEDIRAM PALAVRAS PARA ATINGIR MINHA HONRA, REPUTAÇÃO E INTEGRIDADE moral como profissional e PESSOA HUMANA.DIANTE DOS FATOS PROCUREI OS ÓRGÃOS COMPETENTES PARA ME EXPLICAR E TOMEI MEDIDAS JUDICIAIS EM DEFESA DA MINHA INTEGRIDADE FISICA E PROFISSIONAL, PORQUE ESTOU SENDO AMEAÇADA DE TODAS AS FORMAS EM RAZAO DO OCORRIDO

Portanto, peço desculpas pelo mal entendido, não deixei de dar alta para paciente nenhum por conta de sua opção de voto, inclusive peço para que haja uma investigação sobre para que a Verdade prevaleça. Quero a verdade, apenas. Justiça seja feita.

Fonte: Correio do Estado -  Renata Volpe Haddada

Mamma dentro

Leia Também