Assembleia Legislativa
Logo Diario X
Aqui tem a Verdadeira Notícia
28 de março de 2024
Coxim
24ºC
Cenario

Economia

Comerciários são 70 mil em MS, com maioria de mulheres e jovens

Reforma trabalhista preocupa entidade que representa trabalhadores

30 OUT 2017Por Youssef Nimer15h:31

Todo mundo tem alguém da família trabalhando diretamente no comércio. Tirando o setor público, a atividade é uma das principais fontes de emprego em Mato Grosso do Sul, com 70 mil vagas. Em Campo Grande, as mulheres jovens são maioria na categoria, geralmente atuando enquanto estudam, se preparando para outra profissão.

Neste dia 30 de outubro é celebrado o Dia do Comerciário, data criada pelo presidente Getúlio Vargas, que reduziu a carga horária da categoria de 12 horas diárias para 8 horas, em 30 de outubro de 1932. Embora a comemoração exista há 85 anos, a profissão só foi regulamentada em 2013, ela Lei nº 12.790, que estabeleceu benefícios e segurança jurídica comuns a outras profissões. Com isso, a atividade deixou de ser uma função e passou a ser uma profissão.

Em alguns estados brasileiros, o Dia do Comerciário é feriado. Por aqui, dia normal de trabalho e, em uma visita às principais áreas de comércio da Capital é fácil identificar que a maior parte dos comerciários são mulheres e jovens de ambos os sexos. Em uma loja de roupa, nesta segunda-feira (30), é o segundo dia de trabalho de Ludmila Santana, 19 anos. Ela estuda direito e procurou o emprego de vendedora enquanto não se forma na faculdade.

 “Eu espero trabalhar na minha área, advogando ou em um concurso, mas enquanto isso, procurei uma coisa que eu gosto. Já tinha trabalhado com vendas. Aqui espero que venda bastante e tenha muito movimento”, diz a estudante.

A gerente da loja em que Ludmila trabalha, Fabiane Honorato, explica que, a partir de agora, aumenta a procura pelas vagas na loja. Os candidatos são na maioria jovens em busca do primeiro emprego registrado.

“A gente procura, geralmente, pessoas com experiência, mas, dependendo do currículo, a supervisora avalia e convoca para uma entrevista e um teste de três dias”. Para quem vai buscar uma vaga, Fabiane dá a dica: “Tem gente que mesmo não tendo experiência, se sai super bem. Procuramos desempenho nas vendas e um bom atendimento no geral”.

Categoria em MS

Em todo o Estado são cerca de 70 mil comerciários, sendo que aproximadamente a metade trabalha em Campo Grande, segundo o presidente da Fetracom MS (Federação dos Empregados no Comércio e Serviços de MS), Pedro Lima. Ele confirma que a maior parte dos empregados do comércio são os jovens e as mulheres.

Segundo Lima, a média salarial varia nas cidades do Estado, ficando entre 10% e 15% acima do salário mínimo, em torno dos R$ 1,1 mil. A Fetracon representa os comerciários das cidades onde não há sindicato e nas cidades onde há, como em Campo Grande, o sindicato é filiado à entidade. O sindicalista aponta que a reforma trabalhista, aprovada pelo presidente Michel Temer (PMDB), está atrapalhando a negociação salarial deste ano, que tem a data-base em novembro.

“Negociamos melhores condições e melhores salários. O piso em Mato Grosso do Sul está abaixo de estados mais desenvolvidos. Nesse ano estamos vivendo o problema com relação à alteração da legislação trabalhista com o prejuízo para comerciários, pois, a classe patronal está reticente e dificultando a negociação”, afirma.

Oportunidade

Raphael Gustavo, 24 anos, trabalha em uma revenda de celulares e diz que vê no comércio como uma oportunidade. “Estou estudando a noite e de dia trabalho aqui. É uma área boa e tem a ver com o que eu estudo [administração], num futuro, posso evoluir aqui também”, avalia.

Carla Andrada, 30 anos, é vendedora em uma loja de roupas e conta que trabalha como comerciária desde os 21 anos e, que foi assim que assinou a carteira de trabalho pela primeira vez. “Eu já tinha trabalhado em comércio, mas coisa pequena de bairro. Foi trabalhando em loja que assinei a carteira pela primeira vez. Como todo trabalho, cansa, mas nunca quis sair não. Para quem tem o dom da venda compensa”, diz.

Aos 42 anos, o vendedor de uma grande de lojas de móveis e eletrodomésticos diz que não pode se identificar, mas conta que não pensa em mudar de área. “Para a gente que trabalha em rede é bom, pois o salário é um pouco maior. Cumprem tudo certinho e tem benefícios. Não é um emprego de se jogar fora não”, conta.

Números

De acordo com o Ministério do Trabalho, os setores de Comércio e Serviços respondem por mais da metade do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, aproximadamente 55%, o que implica também uma alta participação no total de empregos do mercado de trabalho.

Segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2016, divulgada neste mês de outubro pelo Ministério do Trabalho, na série de 2010 a 2016 houve um crescimento relativo e absoluto dos setores de Comércio e Serviços como principais empregadores. Juntos, eles ampliaram sua participação de 51,6% (2010) para 56,4% (2016), um incremento da ordem de 3,2 milhões de empregos no período. Segundo a Rais, o Brasil tinha 16,70 milhões de empregados formais em Serviços e 9,6 milhões no Comércio, em dezembro de 2016.

Fonte: Midiamax

Mamma dentro

Leia Também